quarta-feira, 29 de abril de 2015

Governo do Paraná volta a reprimir e não dialogar com servidores em greve

Joka Madruga
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Professores e servidores voltam às ruas contra tentativa de aprovação de alterações na previdência do funcionalismo.
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Foto: Joka Madruga
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Por Pedro Carrano, De Curitiba (PR)
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Uma vez mais, os rumos da ParanaPrevidência estão sendo decididos a portas fechadas pelo governador Beto Richa (PSDB), sem ouvir as considerações de servidores, atingidos diretamente pelas mudanças. Com isso, professores estaduais e trabalhadores do Judiciário, estão em greve, desde a segunda-feira (27). Além disso, o Centro Cívico, em frente ao governo estadual, transformou-se em uma praça de guerra. Já no início da paralisação, o governo do estado sitiou o entorno da Assembleia Legislativa com o efetivo de milhares de policiais, que desde a madrugada da terça-feira hostilizam e reprimem os manifestantes.
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Isso ocorre menos de dois meses depois que os projetos que fazem ajustes na Previdência dos servidores terem sido retirados do regime de urgência, com o compromisso do Governo Richa de debater o tema com as entidades sindicais, antes de enviá-lo à votação. No entanto, o projeto, aprovado em primeira instância, foi à Comissão de Constituição e Justiça, e volta para votação.
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Violência
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Durante a madrugada e parte da manhã da terça-feira, caminhões de água, sprays de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha foram utilizados pela polícia contra os manifestantes. Também ocorreram tentativas de retirar o caminhão de som dos sindicatos por parte do governo.
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 Foto: Joka Madruga
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A oposição ao governo estadual, ao menos, conseguiu liminar garantindo o acesso dos servidores às galerias para a votação desta quarta-feira (29). Além disso, uma comissão de cinco senadores acompanhará a decisão dos deputados estaduais para minimizar conflitos. “O governador tem feito uma fala de que foram os servidores que desrespeitaram o compromisso. Isso é uma inverdade. (...) Ilegal é o comportamento antidemocrático do governo do Paraná”, afirmou, em vídeo, o professor Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, entidade que representa os professores estaduais.
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Rombo
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A avaliação de Marlei Fernandes, dirigente da APP-Sindicato, é de que o governo não pode fazer manobras fiscais a partir da aposentadoria pública.
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“Fizemos todos os estudos. Hoje, o governo investe na previdência do servidor R$ 6 bilhões anuais. O fundo de Previdência, o fundo Militar e o fundo Financeiro. Ele vai resolver o seu problema de caixa. Vai aliviar o seu caixa em R$ 142 bilhões. Mas o governo não está resolvendo o problema de previdência dos servidores. O governo tem que encontrar suas próprias saídas e não querer confiscar os recursos da previdência”, critica Marlei, em entrevista à Imprensa do Sismuc. 
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Madrugada tensa
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Na madrugada desta quarta-feira (29), o clima narrado por quem está no acampamento dos grevistas é de tensão, bem como de expectativa de que o governo mobilize tropas para tentar retirar o caminhão de som do movimento, como ocorreu na noite anterior. Caminhões com mais grades de isolamento e carros da polícia circularam durante a madrugada. Pela manhã, ocorre uma manifestação convocada por professores e servidores , na tentativa de barrar a aprovação do projeto pela Assembleia Legislativa.
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