sábado, 23 de março de 2013

Menina sofre preconceito em escola de BH por ter diabetes

Ao descobrir que a filha de 7 anos estava com diabetes tipo 1, a design de desenhos Luciana Moreira, 40, imaginou que começaria ali um calvário de consultas e tratamento para Maria Eduarda, mas jamais pensou que também teria de se preocupar com o preconceito dos colegas da menina e, principalmente, dos pais dos amigos de escola. A falta de conhecimento sobre o diabetes, segundo especialistas, é comum, mas a rejeição em função da doença, não.
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Em fevereiro, Luciana descobriu que Maria Eduarda estava com a doença - uma disfunção no metabolismo da glicose causada pela falta ou a má absorção de insulina. "Uma coleguinha disse para a minha filha que não ia se sentar ao lado dela nas atividades porque ela é diabética e a menina não queria ficar doente. Minha filha ficou arrasada. Achei curioso, mas entendi, já que é uma criança", conta. O colégio em que Maria Eduarda estuda é particular e um dos mais tradicionais de Belo Horizonte. Também por isso, Luciana se espantou com os comentários dos pais. "Uma mãe me disse que era uma pena porque a filha dela gostava muito da Maria Eduarda e ela até estava pensando em chamá-la para ir brincar na sua casa, mas, agora, não poderia mais fazer isso. Uma outra me perguntou por que eu tinha dado tanto doce à minha filha, como se ela tivesse doente por isso".
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A escola informou que irá conversar com pais e alunos para esclarecer que o diabetes não oferece riscos de contágio. "O colégio tem dado todo o apoio, mas sofro por ver ela sofrer. No recreio, ela fica sozinha. Para piorar, este é o primeiro ano dela na escola", afirma Luciana, que criou uma página no Facebook com o nome "Minha filha é um doce", onde ela divulga informações sobre a doença.
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Gedeão Silva Porto descobriu que estava com diabetes tipo 1 aos 10 anos. Hoje, aos 12, ele ainda tenta se adaptar às restrições no cardápio. "Ele ficou chateado quando soube porque o irmão mais velho já tinha, e ele sabia que ia ter que deixar de comer algumas coisas. Mas jamais sofremos preconceito. Não justifica. Não é uma doença contagiosa", afirma a mãe de Gedeão, a vendedora Anabete Silva Porto, 47.
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Conscientização. A presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes em Minas Gerais, Adriana Bosco, diz que a desinformação sobre a doença é comum, mas que jamais ouviu um caso de preconceito. "Quem tem esse tipo de comportamento está na contramão do mundo, que vive um momento de aceitar as diferenças", pondera.
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A endocrinologista lembra que as crianças costumam ter mais dificuldades. "Em geral, elas não gostam de aplicar a insulina perto dos colegas e evitam o assunto nas salas de aula", afirma Adriana.
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Cardápio
Restrições são difíceis de seguir
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Um dos maiores temores de quem convive com o diabetes é a restrição no cardápio: evitar doces, massas e bebidas alcoólicas, por exemplo. Para as crianças, essa mudança na rotina costuma ser ainda mais difícil. O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia em Minas Gerais, Paulo Augusto Carvalho, confirma que é preciso fazer algumas mudanças no cardápio, mas que é possível comer chocolates e outras guloseimas desde que haja disciplina.
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"Basta controlar o nível de insulina e fazer as opções no dia a dia. Com conhecimento, é possível viver com razoável liberdade", afirma Carvalho. A mãe de Gedeão Porto, 12, Anabete Silva Porto, 47, conta que é difícil para o filho resistir aos doces. "A dieta ao pé da letra é cara e difícil. Mas ele leva numa boa e se empenha ao máximo", conta. (TT).
. Fonte: O Tempo (MG)

Um comentário:

  1. tenho diabetes des dos meus 6 anos e agora q estou com 13 anos e agora meus colegas de sala me bullyinam e eu peço aos meus pais para me mudar de escola sem eu falar q sofro bullying e eles ñ querem me mudar de escola e sempre q vou vouto com a glicose alta o q posso fazer?
    me ajudem

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