quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Governo limita número de alunos em turmas

por JOHNATAN CASTRO
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Um projeto de lei aprovado pelo Senado ontem determina que as turmas de pré-escola e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental da rede pública deverão ter o máximo de 25 alunos. As classes dos anos seguintes do ensino fundamental e do ensino médio devem ter até 35 estudantes, segundo o projeto. A medida, que será encaminhada à Câmara dos Deputados, joga luz na realidade de muitas escolas da capital, como afirma o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação Minas Gerais (Sind-Ute/MG), Paulo Henrique Fonseca. "Belo Horizonte ainda possui muitas escolas com superlotação. Acho que os limites do projeto poderiam ser mais rígidos", disse.
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Apesar de Minas já possuir uma lei que estipula o limite de 25 alunos para os anos iniciais do ensino fundamental, 35 estudantes para as séries seguintes e 40 para o ensino médio, o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos de Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), Mário de Assis, também ressalta o excesso de alunos. "Quase todas as escolas reclamam. Em salas mais vazias, o professor pode dar uma atenção mais individualizada, e a qualidade do ensino aumenta".
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Lotação. Sem saber informar a média de alunos por salas de aula, as assessorias das secretarias de Estado e municipal de Educação afirmaram que todas as escolas das redes obedecem aos limites impostos pelo governo do Estado e pela Lei Orgânica do Município. O representante do Sind-Ute/MG questionou. "Sabemos que não é bem assim. O problema é geral". Para a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, Maria das Graças de Oliveira, a lei irá além da melhora na qualidade de ensino e nas condições de trabalho no setor. "A novidade vai abrir muito mais vagas para professores", acredita a professora e autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema.
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Escolas
Salas chegam a ter até 52 alunos
Para a professora de ciências Idalina de Oliveira, que trabalha na Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, no bairro Pirajá, na região Nordeste de Belo Horizonte, a superlotação tem sido uma realidade. De acordo com ela, como o Estado não libera a criação de novas turmas no início de cada ano letivo, a escola é obrigada a montar salas com grandes quantidades de alunos. "Só lá para o mês de abril, quando as turmas estão com até 52 alunos, é que eles liberam o remanejamento", contou.
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Apesar de haver essas mudanças a partir dos meses de abril e maio, os números continuam altos para a professora Idalina. Enquanto o novo projeto de lei determina até 35 estudantes para o ensino fundamental, ela enfrenta classes mais cheias. "Eu tenho turmas de 36, 38, 42 e até 44 alunos. Imagina um professor ministrar um conteúdo para essa quantidade de alunos? É muito difícil. Acho que não deveria passar de 30 estudantes", disse, ressaltando conhecer outras instituições de ensino que enfrentam o mesmo problema. (JHC).
Fonte: O Tempo (MG)

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