sábado, 22 de setembro de 2012

Escolas são palco de agressões

Dois episódios de violência escolar, motivados por discussões entre estudantes, professores e funcionários da educação viraram casos de polícia, anteontem, em Minas. Em Pouso Alto, no Sul do Estado, uma adolescente de 15 anos atacou o motorista do ônibus escolar e uma professora com uma faca, após um desentendimento durante o trajeto até o colégio. Em outra discussão, dessa vez provocada pela discordância da nota de uma prova, um professor e um estudante de 17 anos trocaram socos e até ameaças de morte, em Belo Horizonte.
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A confusão que assustou pais e alunos da Escola Estadual Santos Dumont, na região de Venda Nova, aconteceu durante uma aula de física do 3º ano do ensino médio. A Polícia Militar (PM) foi acionada pela direção e precisou escoltar o educador, após estudantes o ameaçarem.
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Segundo uma aluna de 17 anos, que estava na sala com outros 30 colegas no momento da briga, o jovem iniciou a discussão ao questionar o professor de física Marcos Daniel Pereira, de 37 anos, sobre a nota que havia recebido na prova. O aluno teria se irritado por ter perdido 1,5 ponto na avaliação e exigiu a revisão da nota. "A prova valia 15 pontos, ele ficou nervoso quando viu 13,5 em sua nota. Ele disse que o professor precisava aprender a dar aulas e alegou que faz curso técnico em outra escola e não tinha como errar a questão", disse a aluna.
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Durante o bate-boca, o aluno levantou da cadeira e foi impedido pelo professor de sair da sala de aula com a prova em mãos. Na versão do educador, ele pegou a prova do estudante e foi agredido com um soco no nariz, enquanto escrevia a correção da prova no quadro. Porém, na versão do aluno no boletim de ocorrência registrado pela PM, ele diz que foi enforcado pelo professor e se defendeu das agressões com um soco. "Cada um contou sua história. É difícil precisar quem começou com as agressões", informou o soldado André Pisão.
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Aluno e professor foram levados para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Venda Nova. O educador teve os óculos quebrados e sofreu um corte no nariz. "Alguns alunos pegaram pedras para jogar no professor", disse uma comerciante da região.

O estudante teve escoriações leves no pescoço e nos braços. Os dois envolvidos prestaram depoimentos na Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) e foram liberados após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
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Aluna faz ataque com uma faca - Em outra discussão que quase terminou em tragédia, uma estudante de 15 anos atacou com uma faca o motorista do ônibus escolar e uma professora, irmã dele. O caso aconteceu na porta da Escola Estadual Felizarda Russano, em Pouso Alto, na região Sul do Estado, depois que a menina se desentendeu com o homem de 41 anos.
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No trajeto até a escola, a adolescente teria pedido para que o motorista desviasse o caminho. A vítima informou que não poderia sair da rota e que seguiria para a escola. Segundo a Polícia Militar (PM), quando o veículo escolar chegou ao destino, os dois desembarcaram e a estudante começou a discutir com o homem. "Durante a briga, a menina tirou uma faca de 15 cm de lâmina da mochila e investiu contra o motorista", contou o sargento Sutene Andrade.
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A adolescente foi impedida de atingir o condutor por uma professora, de 47 anos, que é irmã do motorista e também estava no ônibus. "Os dois conseguiram segurar a adolescente, mas ambos ficaram feridos com cortes superficiais nos braços", explicou o policial. A PM foi chamada e conseguiu deter a estudante. A menor contou aos policiais que carregava a faca na mochila para se defender. Ela ainda teria feito ameaças contra as vítimas.
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O Conselho Tutelar foi acionado e os envolvidos encaminhados para a Delegacia de São Lourenço, onde a ocorrência foi registrada. A menina foi liberada e entregue aos pais, que moram na zona rural da cidade.
Punição branda - A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que ainda apura as circunstâncias da briga entre o estudante e o professor, mas adiantou que o aluno deverá ser advertido, embora não haja a possibilidade de ele ser expulso da escola.

Ainda segundo informações da SEE, o educador Marcos Daniel Pereira estava trabalhando como professor substituto de física, sem ter vínculos com a escola, e encerrou suas atividades na instituição de ensino após as aulas de anteontem.

Alunos que tiveram aula com o professor contaram que o educador estava sofrendo de depressão e tinha feito queixas a respeito de sua condição física e psicológica para dar aulas.
"Ele disse em sala de aula que não aguentava mais dar aulas por causa de estresse psicológico", contou um estudante.
Fonte: Super Notícias (MG)
 

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