sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UFMG avalia bullying com pais e alunos


A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai criar uma comissão para avaliar casos de bullying no Centro Pedagógico da Escola de Educação Básica e Profissional, que funciona no câmpus da Pampulha, em Belo Horizonte. A informação foi divulgada ontem pela vice-reitora Rocksane Norton, que anunciou um seminário, dentro de duas semanas, para explicar os fatos e discutir o tema com os pais dos 630 alunos do colégio.

A vice-reitora se reuniu ontem com representantes de setores da universidade, incluindo dirigentes do Centro Pedagógico e da Escola de Educação Básica e Profissional, para preparar resposta ao Ministério Público Federal (MPF), que fez uma série de recomendações para coibir o bullying no colégio. Em setembro, a prática foi denunciada ao MPF pelo pai de um adolescente que teria sido vítima de agressões, enquanto teria havido omissão da direção. Segundo a diretora do Centro Pedagógico, Tânia Margarida Lima Costa, todas as recomendações já são cumpridas sistematicamente pela unidade de ensino, que atende público de 6 a 15 anos, em nove anos de Escolarização.

O Centro Pedagógico tem prazo de 10 dias, a partir de notificação recebida terça-feira, para entregar o documento ao MPF. As recomendações incluem a realização de reuniões, investigação interna, incentivo à mediação de conflitos, apoio às vítimas de bullying e recuperação psicológica dos agressores e de alunos que assistiram às agressões, incorporação do tema às disciplinas e avaliação dos casos.

“Fazemos tudo isso desde sempre”, disse Tânia Margarida, acompanhada da equipe de pedagogos, psicólogos, coordenadores de cursos e outros especialistas. Desde que começaram os problemas com o adolescente, o diretor de Assuntos Estudantis da universidade, Luiz Guilherme Knauer, se reuniu com os pais do jovem por oito vezes, informou a vice-reitora.

REUNIÕES -  A partir de maio, quando teria surgido um primeiro problema com o jovem, a direção do Centro Pedagógico começou a dar atenção diferenciada ao estudante, embora nenhum professor tivesse conhecimento da prática de bullying nesse caso específico.

“Na primeira reunião pedagógica, os professores foram informados e começaram a ficar atentos”, disse Tânia Margarida. Na sequência, o corpo docente fez um relatório sobre o desempenho do garoto e o documento foi encaminhado ao diretor de Assuntos Estudantis da universidade, Luiz Guilherme Knauer.

“Foram feitas reuniões com os familiares, mas o diálogo foi rompido. Temos um ótimo relacionamento com o conselho tutelar e dois projetos para maior proximidade com as famílias, que são o Dialogando com os pais e Interação”, disse a diretora do Centro Pedagógico, lembrando que o bullying é tratado como tema transversal na Escola, além de haver a disciplina Tópicos Especiais de Práticas Educativas, que aborda a questão.

No pedido de providências, a procuradora regional de Direitos Humanos, Silmara Goulart, destacou que “o fenômeno bullying se caracteriza como uma forma de violência que envolve crianças, jovens e educadores, cabendo à instituição de ensino prevenir, coibir e erradicar tais práticas, sob pena de responderem por sua omissão”.

Ainda de acordo com a instituição, além da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbem qualquer forma de negligência, violência, crueldade e opressão contra crianças e adolescentes, o Brasil também é signatário da Convenção das Nações Unidades sobre os Direitos da Criança, que obriga o país a adotar todas as medidas necessárias para assegurar que a disciplina Escolar seja ministrada de maneira compatível com a dignidade humana.

Fonte: Estado de Minas (MG)

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