quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Racistas atacam escola

Pichação com suástica fala em futuro das ''crianças brancas''

SÃO PAULO.

Uma escola municipal na periferia de São Paulo, que iniciou este ano trabalho de conscientização dos alunos sobre diversidade racial, teve o muro pichado com frase racista e símbolos nazistas. O caso está sob investigação da Polícia Civil. A suspeita é que a ação se ligue às medidas afirmativas feitas pela escola. A pichação foi no fim de semana. Em preto e vermelho, foi escrito "Vamos cuidar do futuro de nossas crianças brancas!", com uma suástica.

Em outro trecho, dois símbolos ligados ao neonazismo: os números 14 (alusão a slogans do escritor americano David Lane, fundador de um grupo neonazista) e 88 (usado por alguns grupos como a saudação "Heil Hitler"; a letra "h" é a 8ª do alfabeto).

Após perícia, o muro foi repintado pela direção da escola. A denúncia chegou ao 40º DP anteontem pela diretora Cibele Racy. A unidade atende cerca de 400 crianças de 4 a 6 anos e fica no bairro do Limão, Zona Norte da capital. A polícia ainda não tem suspeitos, mas, para o delegado Antonio de Padua de Souza, o crime está relacionado às atividades com os alunos de combate ao racismo.

- Presumimos que alguém deve estar descontente com a direção da escola pelo programa de conscientização da igualdade racial e reagiu - afirmou Souza.

A polícia já procurou informalmente professores e funcionários para colher informações. O caso também foi comunicado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo. Em nota, a prefeitura lamentou o ocorrido e disse que a escola é um exemplo a ser seguido por outras da rede. A Secretaria Municipal de Educação informou que as ações realizadas pela escola foi discutida com pais, professores e alunos antes de serem aplicadas.

Ainda segundo a prefeitura, a temática da diversidade racial também está presente nas atividades lúdicas. Neste ano, a festa junina teve inspiração afro. No lugar da tradicional quadrilha, as crianças fizeram apresentações de capoeira.  Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa.

Fonte: (O Globo - RJ)

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