quinta-feira, 31 de março de 2011

OPINIÃO: capital do saber

"Além de erradicar o analfabetismo, é preciso que todas as fases de desenvolvimento da criança e do adolescente tenham atenção especial desde o ensino infantil até a universidade", diz Osvaldo Russo

Osvaldo Russo*

O Distrito Federal é a Unidade da Federação com a maior renda per-capita do País, mas também é a que possui a maior desigualdade, existindo bolsões de pobreza e vulnerabilidade social, principalmente nas regiões administrativas mais carentes.

Assim como o governo federal vem fazendo, o novo caminho do Distrito Federal prioriza a abolição da miséria e a redução das desigualdades e da pobreza, com geração de empregos, distribuição de renda e oferta de serviços e benefícios sociais. Promover a cultura, o esporte e o lazer e recuperar os espaços públicos, incentivando os profissionais e artistas locais.

Da mesma forma, investir mais intensamente na geração de conhecimento e tecnologia, com ênfase na qualidade da Educação e no acesso à informação, criando as premissas para o desenvolvimento humano sustentável e melhores oportunidades e condições de vida para a população brasiliense. Todo mundo sabe que uma Educação de qualidade é o primeiro passo para um jovem garantir o seu futuro.

No Distrito Federal, 83% das crianças de 0 a 3 anos não possuem cobertura de creche e 5,2% da população de 10 anos ou mais não sabem ler escrever. Isso demonstra que ainda há muito a fazer. Além de erradicar o analfabetismo, é preciso que todas as fases de desenvolvimento da criança e do adolescente tenham atenção especial desde o ensino infantil até a universidade.

É preciso garantir que os jovens saiam qualificados do ensino médio, construindo também uma Escola técnica profissionalizante em cada região administrativa, além de levar o Ensino Superior para fora do Plano Piloto, beneficiando alunos mais carentes. Valorizar os professores da Educação básica e priorizar a Educação integral e a formação técnica profissional para garantir um futuro melhor para nossas crianças e mais oportunidades para nossos jovens. Brasília poderá, assim, transformar-se num centro de excelência em recursos humanos e em moderna capital do saber.


* Estatístico, diretor da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, Codeplan

Fonte: Jornal de Brasília (DF)

quarta-feira, 30 de março de 2011

NOTÍCIAS...

Policiais suspeitos de agressão a estudante negro são indiciados no Rio Grande do Sul

por Cleide Carvalho (O Globo) - 30 mar. 2011

SÃO PAULO - Quatro policiais de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, foram indiciados por lesão corporal, abuso de autoridade e injúria por suspeita de agressão contra o estudante Helder Santos, aluno de História da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Segundo o corregedor geral interino da Brigada Militar, João Gilberto Fritz, o caso foi encaminhado à Justiça Militar e foi aberto procedimento interno para investigar a ação dos policiais.

O universitário deixou a Unipampa. De acordo com o estudante, a abordagem foi truculenta e racista. "Logo em seguida, eu tomei as providências cabíveis, entrei com um processo judicial na Corregedoria da Polícia Civil. Então, comecei a receber as ameaças, recebi a primeira carta dizendo que eles pretendiam me pegar no carnaval para prática de tortura, com formas racistas. Eles se referiam a mim na carta como 'nego sujo', 'nego bocudo'. Disseram que iam forjar um flagrante para me colocar na cadeia com meus outros amigos crioulos. Eu já recebi outra carta ainda mais agressiva. No mesmo dia, a diretora da nossa universidade também recebeu uma carta com ameaça de morte - relatou o estudante.

Segundo o corregedor, o estudante e outros três amigos foram abordados na madrugada do dia 6 de fevereiro, um domingo, depois de um baile de carnaval em Jaguarão, no clube Ferrujão. De acordo com Fritz, a abordagem ocorreu em decorrência de suspeitas dos policiais em relação ao grupo. - Para acontecer a abordagem não precisa acontecer nada. Basta que a guarnição tenha algum tipo de suspeita. É preciso que se diga que, ficou apurado, houve resistência na abordagem por parte do Helder - afirmou o corregedor. Fritz afirmou que, junto com o estudante, estavam pessoas que já tinham infrações penais, por furto ou porte de entorpecentes.

O corregedor disse que o estudante ofendeu os policiais. Ele não quis citar as palavras usadas pelo universitário. Depois da abordagem, o estudante registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. No boletim, Helder Santos relatou que os policiais o chamaram de "negão" e bateram nele com cacetete. Fritz afirmou que Helder Santos recebeu duas cartas anônimas após o registro do boletim de ocorrência, mas apenas uma delas continua ofensas e mandava que ele saísse da cidade de Jaguarão. O autor sugeria que poderia ser criado um flagrante para que ele fosse preso por tráfico de drogas.

De acordo com o corregedor, a carta é anônima e não é possível atribuir aos policiais envolvidos no episódio. Para a promotora Cláudia Pegoraro, da 2º Promotoria de Justiça de Jaguarão, o estudante usou o abordagem dos policiais para, ao se dizer vítima de racismo, obter transferência para a Universidade Federal do Reconcâvo Baiano. De acordo com Claudia, Helder dos Santos foi abordado pelos policiais porque estava fazendo arruaça. - Como é da obrigação, os brigadistas pararam e abordaram eles. No momento da abordagem, segundo o boletim de ocorrência que este estudante registrou, um policial teria dito "Vira para a parede, negão", quando estava revistando. Ele disse que apanhou com cacetete. Os policiais dizem que ele desacatou os PMs - diz a promotora.

Segundo ela, a população de Jaguarão está revoltada com a repercussão do caso. - Existem casos de abuso na Brigada Militar, sempre tem alguém que perde a cabeça e apronta alguma. Virem me falar de racismo? Está cheio de policiais negros que fazem o trabalho muito melhor que os brancos. Não temos casos de racismo na Brigada, mas de abuso de autoridade. Eles perdem a cabeça e dão com o cacetete. Está errado, o policial tem de ser treinado para aguentar. Mas milícia? Viadagem e homofobia, dizem que policial é contra. Mas eu não tenho processo por policial ter agido contra gays ou por racismo - afirmou. Perguntada sobre se chamar o universitário de "negão" não é racismo, a promotora explicou que trata-se injúria racial. - É injúria racial. O policial que disse isso deve ser denunciado por injúria - afirmou. A promotora afirmou que não há problemas de homofobia ou racismo dentro da Brigada Militar. As supostas cartas com ameaças, segundo ela, podem ter partido de policiais que querem sujar a imagem da corporação.

Fonte: O Globo.com

SINPRO EM MOVIMENTO

Foto do site do Sinpro/MG

Professores suspendem greve e comemoram vitória
29 mar. 2011

Em assembleia nesta terça-feira (29/3), na Faculdade de Medicina da UFMG, os professores da rede privada de Belo Horizonte decidiram suspender a greve, iniciada em 22 de março. A assembleia terminou em clima de emoção e comemoração. Os professores aprovaram a proposta mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em audiência na manhã desta sexta, que prevê reajuste salarial de 8%, renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com retroatividade a 1o de fevereiro, e criação de uma comissão intersindical para, num prazo de 90 dias, tratar dos temas: equiparação dos pisos da educação infantil, regulamentação da educação a distância, seguro de vida, mudança da data-base e vigência da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Na reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), o sindicato patronal assumiu o compromisso de, caso a comissão não chegue a um consenso durante os 90 dias, aceitar que o órgão assuma o papel de mediador. Também foi mantida a garantia de salários por 120 dias a cada semestre – com exceção dos demitidos entre 1o e 15 de fevereiro. “A categoria respondeu de forma efetiva, deu uma aula de cidadania e está de parabéns. Houve um ganho incalculável em termos de aumento da capacidade de mobilização, de resistência e de organização. Inúmeros professores também se conscientizaram da necessidade de se unirem e lutarem por seus direitos. Estamos diante de um cenário de crescente conscientização e, em função de tudo isso, estaremos muito mais fortes nas próximas negociações em torno de conquistas dos professores e de uma educação de qualidade para todos”, afirmou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas. Ele destacou que a mobilização, com greve e manifestações, fez com que o patronal "repensasse a relação com a categoria". "Com nossa força, mostramos que exigimos respeito e temos dignidade”.

Durante a assembleia, os docentes agradeceram as mensagens de apoio de pais e alunos, enviadas ao sindicato. Estudantes do 3º ano do ensino médio do Colégio Marista Dom Silvério chegaram a encaminhar uma carta à direção da escola, reivindicando a valorização dos professores.

"Chama da utopia"

A categoria prestou uma homenagem a todos os que aderiram ao movimento, aplaudindo-os de pé. Foram oito dias de greve e um de paralisação, em 16 de março. “Foi uma caminhada com muitos obstáculos no caminho, mas vitoriosa”, avaliou Celina Arêas, diretora do Sinpro Minas. A paralisação atingiu parcial ou integralmente mais de 60% das principais escolas de Belo Horizonte e região, como Marista Dom Silvério, Colégio Arnaldo, Frei Orlando, Padre Eustáquio, Efigênia Vidigal, Colégio Batista, Imaculada, Libertas, Magnum (Nova Floresta), Pitágoras (Raja Gabáglia), Nossa Senhora das Dores, Pio XII, Sagrado Coração de Maria, Izabela Hendrix, São José Operário, Escola da Serra, Padre Machado, Santa Dorotéia, Uni-BH, Fumec, Newton Paiva, Universo, Rubens Romanelli, Unifem (Sete Lagoas), Curso Alfa (Divinópolis), São Francisco de Assis, entre outras.

“Vamos manter acesa a chama da utopia”, convocou um docente. “Conseguimos, nesta campanha, deixar claro que quem estava sendo intransigente o tempo todo eram os donos de escolas. Estávamos dispostos a negociar, mas eles se recusaram a entender as nossas necessidades de valorização”, afirmou um professor, após a assembleia, que lotou o auditório da Faculdade de Medicina da UFMG. A diretoria do Sinpro Minas voltou a repudiar a pressão e as ameaças feitas aos professores e falou da necessidade de mobilização diante da emenda 45, que leva a Justiça do Trabalho a não julgar os dissídios coletivos quando não há acordo entre as partes. Com isso, muitas categorias profissionais ficam sem direitos previstos em Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).

O diretor do sindicato Aerton Silva ressaltou que a campanha reivindicatória deste ano ainda não terminou, já que a comissão intersindical precisa decidir sobre os cinco pontos pendentes. "Na verdade, estamos apenas começando mais uma caminhada, que é longa, em torno da educação de qualidade, da valorização dos professores e contra a mercantilização da educação”, destacou. A assembleia também aprovou a criação de uma comissão para verificar as denúncias de assédio moral e substituição de professores durante a greve. Conforme o acordo com o Sinep/MG, as faltas serão abonadas e o calendário de reposição será estabelecido diretamente entre os professores e as escolas.

terça-feira, 29 de março de 2011

NOTÍCIAS...

Greve de professor da rede particular deve acabar na terça


Rogério Wagner Mendes, repórter - 28 mar. 2011

Sindicato realizou assembleia onde foi aprovado reajuste de 8%, bem próximo da proposta da SRT Representantes dos professores e das escolas particulares fazem nesta terça-feira (29) nova tentativa de acordo no Ministério Público do Trabalho (SRT), o que pode acabar com a greve parcial que começou no último dia 22. A audiência está marcada para as 10 horas, em Belo Horizonte. As duas partes avaliaram na segunda-feira que o entendimento está próximo e deve sair ainda na terça.

O presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Gilson Reis, disse esperar que as escolas aceitem a proposta da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), que prevê reajuste de 8,13%, com equiparação dos pisos da educação infantil a partir de fevereiro de 2012, renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) retroativa a 1º de fevereiro, com vigência de dois anos (à exceção das cláusulas econômicas), reposição das aulas paralisadas, garantia de pagamento dos dias parados e de que não haverá demissões dos docentes que participaram do movimento. O Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) realizou na tarde de segunda-feira assembleia, onde foi aprovado reajuste de 8%, bem próximo da proposta da SRT. O presidente do Sinepe, Emiro Barbini, disse estar otimista do entendimento. “Tenho certeza de que estamos saindo do impasse. Atendemos algumas reivindicações e esperamos que os professores abram mão de outras”. afirmou. O Sinepe alega que alguns estabelecimentos operam com inadimplência de até 30%.

Fonte: Hoje em Dia

segunda-feira, 28 de março de 2011

DEPOIMENTOS...

Vítimas de bullying revelam omissão da escola e medo de falar sobre tema

Fernanda Nogueira e Alex Araújo Do G1, em São Paulo e Belo Horizonte

Mesmo com casos diferentes um do outro, pessoas que sofrem ou sofreram bullying na escola revelam dois problemas em comum. Um deles é a dificuldade para falar sobre o problema e fazer denúncia, e a outra é a falta de atitude de professores e diretores das instituições de ensino. O G1 pediu relatos de internautas e entrou em contato com alguns dos leitores que se manifestaram. Alguns deles pediram para não se identificar. Veja abaixo os relatos de vítimas de intimidação nas escolas. 'Um professor participava das brincadeiras de mau gosto'

“Tenho assimetria crânio facial e eu havia mudado de escola. Sofri e muito com os meus colegas de classe, sendo caçoado. Muitas vezes pegavam o meu celular, desmontavam e dividiam entre eles. Recebi apelidos, chegaram até a fazer uma história em quadrinhos para me zoar. Usaram até um programa de rádio da escola para fazer isso. Um professor participava das brincadeiras de mau gosto que faziam comigo. Entrava na zoeira. Ele ria. Acaba incentivando os outros em vez de repreender. Cheguei a falar para ele que não estava gostando daquilo, que não achava que era uma atitude de professor. Ele me ignorou simplesmente. Nunca procurei a direção da escola. Eu tinha dores de cabeça muito fortes, ficava muito nervoso, acabava descontando a raiva em quem só tinha amor a me oferecer. Descontava nos meus pais, meu rendimento escolar caiu. Até chegar a um limite em que meus pais perceberam. Comecei um tratamento psicológico e isso me ajudou a superar esta dificuldade." - Diogo Sarraf, 25 anos, gerente de projetos, São Paulo (SP) 'Outro dia meu filho chegou todo sujo de ovo'

“Meu filho sofre bullying na escola. Quem faz isso é um garoto da sala dele. Começou no ano passado. No último dia 15, eu estava saindo para ir à escola reclamar disso e ele chegou chorando, todo sujo de ovo. Estava muito nervoso, tremendo. Ele disse que já estava cansado de ir à coordenação. Falou: ‘Mãe, ela chama a gente, dá uma bronca nele na minha frente e diz para me pedir desculpa. Depois, começa tudo de novo’. Fui à escola e exigi que tomem uma providência. Quero um documento assinado pelos pais do menino em que se comprometem a proibir que o filho deles continue fazendo isso. Agora me pediram um tempo para fazer o documento e chamar os pais do garoto. Dizem que estou fora da lei, mas estou achando a escola muito passiva em relação a esse garoto. Não é só com meu filho” - Simone, 42 anos, estudante de pedagogia, de Marabá (PA), mãe de um aluno de 13 anos 'Recebi todo tipo de apelido por ter engordado'

“Aos 8 anos me mudei para uma nova cidade. Acho que por não conhecer ninguém. Ficava sozinha e engordei. Aí, começaram apelidos de baleia, bicho, dragão. Como era uma cidade pequena, tinha pouca gente na escola. Todo mundo sabia. As pessoas riam de mim. Os meninos falavam e outros achavam graça. Uma vez, na aula de artes, a professora pediu para descreverem os colegas. O menino que mais tirava sarro de mim me descreveu. Escreveu todos meus apelidos. A sala toda virou para rir de mim. Saí correndo da sala. A professora não fez nada. Ela leu os apelidos que colocaram. Um dos meninos era filho da coordenadora da escola e ela não fazia nada. Falei para ela. Ela deu um sermão na sala e só. Não tinha coragem de contar para os meus pais. Queriam parecer que era normal, que não acontecia nada. Até hoje tenho vergonha de falar em público por isso, mas consegui ser oradora da minha turma na formatura de jornalismo e sou professora de inglês.” - Carolina Barroso Ahmed, 25 anos, professora de inglês, Natal 'Minha filha era perseguida pelos colegas'

Minha filha sofria bullying desde 2008, sofria com as perseguições feitas pelos colegas em um colégio particular. Ela era chamada de baleia, fofucha, baleia fofucha, caldeirão. Minha filha sempre foi meiga e estudiosa, mas por causa do problema ficou retraída, chateada e isso refletiu em notas baixas. Ela teve problemas na aprendizagem. Minha filha começou a ter erros ortográficos, chorava e pedia para não ir à escola. Ela, na época, tinha cerca de 68 quilos e 1,50m de altura. Com isso ela teve problemas na coluna e não podia fazer exercícios que exigissem muito do corpo. E isso também era motivo para zombação. O constrangimento foi tanto que ela não participou das olimpíadas em 2009 porque os meninos gritavam da arquibancada para xingá-la. Procurei a escola para conversar e apresentei um projeto de como trabalhar a discriminação e o respeito ao próximo, mas a escola optou por tratar a questão no nível da religiosidade. Os colegas da turma chegaram ao ponto não querer fazer trabalho em grupo com ela. Uma vez, ela foi a uma festinha de aniversário e voltou chorando porque os meninos não deixaram-na brincar, alegando que ela era gorda e que iria quebrar os brinquedos. Ela fez análise e arteterapia. As duas atividades trouxeram bons resultados e melhorou a autoestima dela. Mesmo depois que ela mudou de colégio, em 2011, ela está melhor. Ela ainda fica na defensiva, mas está um pouco mais espontânea e madura. Ela faz tratamento médico com endocrinologista e nutricionista, e também caminhadas. Um ponto positivo desta história toda é que o pai dela também está fazendo dieta e os dois estão emagrecendo." - Psicóloga, mãe de uma estudante de 12 anos de Belo Horizonte 'Um professor me chamou de burra dentro da quadra' “Jogava vôlei em uma escola e fui participar dos jogos escolares. No jogo, faltavam dois pontos para acabar o jogo. Errei o saque e o professor, dentro da quadra, começou a me xingar. Começou a falar que eu era burra e que não sabia jogar. Fui embora chorando. No outro dia, começaram a me xingar. Começou a acontecer repetidamente. Fiquei tímida. Tinha medo de ir para a escola. Ficava na sala nos intervalos. Saí das aulas de educação física. Adoecia, inventava febre para não ir para a escola. Ficaram sabendo que foi ele, todos viram, mas como na época todo mundo achava que o comportamento dele era normal, ninguém fez nada. Nunca falei com ele nem para a diretora. Fui fazer educação física na faculdade. O tema da minha monografia é o bullying. Agora vou fazer uma palestra na escola que estudei e pretendo contar o que aconteceu comigo.” - Gabriela Loures, 24 anos, formada em educação física, Açailândia (MA) 'Fui humilhada na escola por ser negra e ter espinhas no rosto'

“Sofri bullying desde a quinta série, quando comecei a ter espinha, a crescer, sou muito alta, sou negra. Juntavam os apelidos racistas e o fato de ter espinhas no rosto. Me alopravam e humilhavam muito. Estudei oito anos nessa escola e nenhum menino nunca quis ficar comigo. Afetou muito minha auto-estima, me sentia feia, excluída. Professores viam, chamavam atenção, mas não faziam mais nada. Não adiantava. Depois voltava tudo de novo. Eu contava para minha mãe. Ela ficava chateada, mas a gente se conformava porque todo mundo passa por isso na vida. Ela chegou a falar com professores, mas nada podia ser feito. Eles chamavam atenção, mas depois voltava tudo de novo. Acho que podiam ter pego mais pesado, ter falado de maneira que os alunos levassem mais a sério, tivessem mais consciência. Tudo o que aconteceu me afeta até hoje, me preocupo bastante com a aparência, mas consigo sair e paquerar, diferente daquela época.” - Marjorie Pereira, estagiária em finanças, 22 anos, São Paulo (SP).

Fonte: G1

NOTÍCIAS...

Mãe procura a polícia e denuncia bullying contra o filho em escola

LIGIA SOTRATTI - DE RIBEIRÃO PRETO

Uma dona de casa de 28 anos denunciou anteontem à polícia que o filho é vítima de bullying em uma escola pública de Ribeirão. As agressões têm ocorrido desde o começo do ano, disse a mãe, que pediu à Folha para não ser identificada. Segundo ela, o filho, de 12 anos, tem sido perseguido por outros alunos em uma escola na Vila Virgínia. Anteontem, ela resolveu registrar ocorrência porque a situação se agravou. Após um jogo de futebol, um grupo da escola perseguiu o garoto com pedaços de pau e garrafas de vidro. "Consegui evitar que batessem nele. Se não chego a tempo, teriam machucado muito o meu filho", disse. A dona de casa disse que, no início do ano, o filho chegou em casa com o rosto inchado, e que levou o caso à direção da escola.

"Esperava que a escola me desse orientação, mas a diretora disse que não podia fazer nada", conta. Abalada, ela disse que menino entrou na escola neste ano e que, em outros colégios, nunca teve problemas de relacionamento. Com medo de represália, a dona de casa, que tem outro filho de 6 anos na escola, disse que vai pedir a transferência dos dois. "Vou falar o que para o meu filho? Leva um pedaço de pau na bolsa? Não posso fazer isso", disse. A escola -José Lima Pedreira de Freitas-, por meio de nota da Secretaria do Estado da Educação, nega que a mãe tenha procurado a direção para relatar a perseguição que o filho sofria. A nota diz ainda que a agressão ocorreu do lado de fora da escola e fora do período de aula, mas que deve convocar uma reunião com alunos e responsáveis.

Fonte: Folha de São Paulo (SP)

DO PÁTIO DA ESCOLA PARA DENTRO

28 mar. 2011 - Aline Peres

Colégios fazem parcerias com comunidade, abrem suas portas e reduzem violência; pactos de disciplina também ajudam instituições

Há um mês, a zeladora Solange da Silva Cardoso foi morta dentro do Colégio Benedito João Cordeiro, no Sítio Cercado. O caso é um exemplo da proximidade entre instituições de ensino e violência. Para se isolar da violência, muitas Escolas estão indo além da construção de muros e colocação de câmeras: estão se abrindo para a comunidade. E algumas delas estão se superando – em especial na região metropolitana.

Há cinco anos, o professor Adão Aparecido Xavier, então diretor do Colégio Estadual Helena Kolody, em Colombo, resolveu criar o Fórum Perma­nente de Combate à violência para discutir o problema com a comunidade. A ideia surgiu após a morte de um ex-aluno do Jardim Monza. O rapaz cursava Marketing e estava voltando para casa com a namorada quando foi assassinado. No mesmo ano, outros cinco ex-alunos foram mortos.

A parceria com a comunidade surtiu efeito. A reunião de alunos, pais, líderes religiosos, comunitários e políticos gera uma multiplicação de ideias. E o resultado tem sido a redução da violência na Escola de 1,8 mil estudantes. “Com o fórum viajei para diversas cidades do interior mostrando que não adianta jogar a discussão para baixo do tapete. É preciso acabar com a cultura do medo”, lembra Xavier.

Uma Escola estadual no bairro Uberaba, em Curitiba, instalou grades de ferro na entrada para inibir a ação de vândalos. Mas foi quando passou a discutir o tema com as famílias dosalunos que as soluções apareceram. A participação dos moradores ajudou a conter a violência entre estudantes. E agora o debate está em via de chegar à sala de aula. “Os alunos ficam vulneráveis ao oferecimento de drogas por parte dos pequenos traficantes nas ruas, principalmente quando têm de passar pelo trilho do trem que divide o bairro”, explica o presidente da Associação de Moradores da Vila União, Altair Góis.

Para a superintendente da Secretaria de Estado da Educação, Meroujy Giacomassi Cavet, a parceria com a comunidade é o caminho para lidar com a violência dentro das Escolas. “Precisamos ter uma gestão compartilhada e contar com todos no processo educativo”, afirma. Ela é categórica ao dizer que não adianta esconder os problemas de violência. “Temos de assumir o problema de frente.”

Vila Macedo em cores

Quem entra pelo portão de ferro, com cadeado, da Escola Estadual Vila Macedo, em Piraquara, não imagina que por trás dos muros, recentemente pintados, existe um mundo colorido. Cada parede é de uma cor. Os melhores trabalhos dos alunos da 5.ª série doensino fundamental até o 3.º ano do ensino médio servem como adereços às paredes – ao lado de troféus e pinturas de flores feitas pelos próprios professores e funcionários.

No caminho, pode-se ver floreiras dividindo o espaço no pátio do recreio. Grafites multicoloridos ilustram o dia a dia de 758 alunos.

E isso é resultado de uma história de “amor”, como Gilmar Luís Cordeiro, 45 anos, denomina sua trajetória profissional. Ele é diretor da instituição há cinco anos e conta que já foi ameaçado de morte, passou por uma explosão na ala das salas de aula e teve os pneus do carro furados. Mas nunca teve medo, garante.

Ele procurou apoio na comunidade para aplicar uma fórmula simples, mas que exige firmeza: o aluno entra, faz fila e é encaminhado pelo professor até a sala, evitando aglomerações; o recreio é monitorado pelo diretor e professores; quem falta precisa cantar o Hino Nacional na frente da Escola – o que levou à redução de, em média, 60 alunos atrasados para 15 por dia; a instalação de câmeras inibiu o vandalismo; a permanência constante de uma funcionária no portão de entrada, idem. “Eu cativei a comunidade e me faço respeitar”, festeja.

Há nove meses não há brigas internas nem externas. O dinheiro gasto na troca de 400 vidros de janelas que eram quebrados anualmente, em média, tem sido revertido para a revitalização da Escola. A evasão Escolar diminuiu. “Foi reduzida a violência interna e, com isso, os alunos e pais mantêm a confiança na Escola”, explica. Para Gilmar, é importante que os alunos tenham em mente que seus atos têm conse­­quência – o que passa do limite é registrado nos boletins na polícia. Em 2009, houve meia dúzia de ocorrências na Delegacia do Adolescente. Em 2010, quatro. Neste ano, nenhuma.


Mediação de conflito traz resultados

Uma briga entre duas alunas por causa de namorado em uma Escola estadual do Sítio Cercado, mês passado, poderia ter acabado na Delegacia do Adolescente. Um vídeo de 3 minutos exibido na internet registrou tapas, cabelos puxados, agressão verbal e a exposição pública de uma violência exacerbada. O desfecho se deu com a pacificação das envolvidas dentro da sala de aula.

O acordo só foi possível porque a instituição é uma das 355 atendidas pelo Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), em Curitiba e região metropolitana.

Entre os programas desenvolvidos e aplicados pelo BPEC está a mediação Escolar para a resolução de conflitos.

Em 2011, a equipe comandada pelo tenente coronel da Polícia Militar Douglas Sabatini Dabul realizou sete arbitragens, envolvendo 27 alunos.

Segundo ele, em sete anos de atuação a média de envolvidos em casos de violência tem diminuído.

Somente em Curitiba foram 160 casos, com 1.347 alunos mediados em 2010. A média é de oito alunos atendidos por interferência. (AP)


Fonte: Gazeta do Povo (PR) - http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1110117&tit=Do-patio-da-escola-para-dentro

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Jovem é executado dentro de escola durante jogo na Grande BH

Um jovem de 21 anos foi executado dentro da escola Carlos Drummond de Andrade, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte. A escola estadual faz parte do programa escola aberta e suas quadras esportivas podem ser usadas pela comunidade nos fins de semana. Testemunhas disseram que Edson Henrique Ribeiro jogava bola quando dois homens chegaram em uma moto. Um deles desceu e efetuou quatro disparos. Ribeiro não tinha antecedentes criminais. A polícia suspeita de envolvimento com tráfico de drogas. Imagens do circuito de segurança interno da escola podem ajudar a identificar os criminosos.



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Professores da rede particular fazem nova assembleia

O pedido inicial de 12% de aumento com equiparação dos pisos da educação infantil estão mantido
por Amanda Paixão, repórter

Professores da rede particular realizam na manhã desta segunda-feira (28) uma manifestação no Barro Preto, na Região Centro-Sul de BH. O protesto que simulou uma aula com o tema “Educação não é mercadoria” foi na porta do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), cerca de 40 pessoas com a ajuda de um carro de som se reuniram para o ato simbólico. A paralisação foi iniciada no último dia 22 e uma nova assembleia marcada para esta tarde, às 15 horas, na Faculdade de Medicina da UFMG, para decidir sobre a continuidade da greve. O pedido inicial de 12% de aumento com equiparação dos pisos da educação infantil estão mantido. A proposta dos profissionais ainda conta com regulamentação do ensino à distância e a mudança da data-base de negociações com o sindicato para abril. Porém se o Sinep concordar a proposta de conciliação feita pelo STR, os profissionais estariam aptos a aceitar.


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País não tem lei federal específica para o combate ao bullying

Projeto de lei tramita em comissão de educação do Senado.

Alguns estados e municípios aprovaram leis sobre o tema.

O Brasil não tem uma lei federal sobre o combate ao bullying. Um projeto de lei propõe que as ações de combate ao bullying sejam detalhadas na Lei de Direitrizes e Bases da Educação. O projeto aguarda votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. A proposta, de autoria do senador Gim Argello (PTB-DF) quer incluir entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino a promoção de ambiente escolar seguro e a adoção de estratégias de prevenção e combate a intimidações e agressões.

Alguns estados e municípios, no entanto, adotaram leis de combate ao bullying. O Rio Grande do Sul teve a lei que prevê políticas públicas contra o bullying nas escolas estaduais e privadas de ensino básico e de educação infantil sancionada no ano passado. A lei não prevê punições aos estudantes, apenas ações educacionais.

Veja dicas de como lidar com o bullying *

O que é bullying? O termo bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por uma ou mais pessoas contra outros, causando dor e angústia. .

Como é a prática? O bullying se caracteriza principalmente por atitudes como dar apelidos pejorativos e às vezes até pela agressão física. A pessoa é exposta à humilhação, ao constrangimento e também ao medo de não ser aceito...

Quais são os sintomas? As crianças e adolescentes vítimas de bullying geralmente apresentam depressão, tristeza. É comum não quererem ir à escola e perderem o interesse pelos estudos. Os pais devem ficar atentos a qualquer mudança no comportamento dos filhos nesse sentido. .

Como tratar? A vítima não tem como se defender. Isso pode trazer conseqüências na vida da criança ou adolescente. Em casos extremos, a vítima e o agressor devem receber acompanhamento psicológico. A cidade de São Paulo tem uma lei de 2009 sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab que determina que as escolas públicas da educação básica do município deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar. A lei prevê a promoção de ações de prevenção e combate ao bullying, capacitação dos professores e orientação das vítimas “visando à recuperação da auto-estima”.

Outros projetos estão em tramitação para se tornarem leis municipais e estaduais. No Rio, uma lei aprovada ano passado prevê punição das escolas que não denunciarem funcionários e alunos que praticarem o bullying. Aa Assembléia Legislativa aprovou esta semana uma outra lei de caráter mais educativo para a promoção do combate a esta prática nas escolas. Indenização à vítima de bullying Em Belo Horizonte, a Câmara Municipal aprovou em segundo turno dois projetos de lei que têm como objetivo impedir trotes violentos e bullying. Segundo a Câmara, o Programa BH Trote Solidário e Cidadão também prevê a conscientização das famílias e das escolas quanto ao problema. No ano passado, um aluno de um colégio particular de Belo Horizonte foi condenado a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma colega de sala, que foi vítima de bullying. De acordo com o juiz da 27ª Vara Cível de, Luiz Artur Rocha Hilário, “o pagamento estipulado pela Justiça é uma forma de reparar a ofensa que a pessoa sofreu”. De acordo com o magistrado, esta foi a primeira condenação judicial em Minas Gerais por bullying.

A subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Raquel Elizabete de Souza Santos, disse que não existe nenhum programa específico voltado para o combate à prática de bullying no estado, mas que está em fase de implementação um grupo de trabalho entre as secretarias de Educação, de Defesa Social, de Saúde e de Esporte e Juventude para discutir alternativas.

“Antes, teremos que realizar um levantamento-diagnóstico para saber onde há mais casos porque não são todas as escolas do estado que enfrentam o problema. Não podemos generalizar”, disse. A previsão para que a equipe esteja trabalhando, segundo Raquel, é a partir do dia 15 de abril.

Já a diretora da Superintendência Técnica do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE-MG), Maria Guilhermina Nogueira, informou que o órgão não tem normatizações com relação ao problema do bullying.

O vereador Adriano Ventura (PT) tem um projeto de lei que está tramitando na Câmara Municipal de Belo Horizonte contra o bullying. O objetivo é proibir trotes violentos e bullying presencial ou virtual nas escolas da capital, nos ensinos fundamental, médio e superior. O projeto foi aprovado em primeiro turno e aguarda votação no segundo. “Esperamos que a votação aconteça em abril”, falou Ventura.

No Espírito Santo e em Santa Catarina também tramitam projetos de lei para a criação de ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; inclusão de regras normativas contra o bullying no regimento escolar; e integração da comunidade, das organizações da sociedade e dos meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying, entre outros. *

Fonte: Fonte: Portal G1, em São Paulo e Belo Horizonte

sexta-feira, 25 de março de 2011

NOTÍCIAS...

Aluno sai carregado da escola estadual após beber vodca no recreio

Local onde as estudantes eram colocadas por colegas de escola,
de acordo com o periódico "O Tempo", Conferir:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=114416.

por JAQUELINE ARAÚJO

A Escola Estadual Presidente Dutra, no bairro Cidade Nova, na região Nordeste da capital, ganhou destaque negativo no noticiário pelo segundo dia consecutivo. Na manhã desta sexta-feira (25), um aluno de 16 anos saiu carregado pelo pai após ter abusado de bebida alcoólica no horário do recreio. No final da aula, alguns alunos comentaram que o jovem teria levado para a escola em garrafas de água um litro de Vodca, que seria misturada com refrigerante. No intervalo, um grupo de alunos fez consumo da bebida e o estudante do 2º ano do ensino fundamental passou mal e teve que ser socorrido. "Gaiola das popozudas" Um dia antes, nessa quinta-feira (24), o que era para ser apenas uma brincadeira entre alunos acabou virando caso de polícia. Uma adolescente de 14 anos foi forçada, por oito alunos, a entrar em um suporte de grade, usado para proteger uma televisão e apelidado pelos estudantes de “Gaiola das Popozudas”.

A micro-empresária Tatiana Oliveira, de 34 anos, mãe da aluna, relatou que foi até a escola após ser chamada pela direção e encontrou a filha em pânico e chorando muito. No local, a menor contou para a mãe que teria sido agarrada pelos adolescentes e forçada a entrar na gaiola. Constrangida, a garota pediu ajuda aos colegas que chamaram a diretora da escola. “O que fizeram com a minha filha é revoltante, não foi uma brincadeira de mau gosto foi uma agressão. Por isso, resolvi chamar a polícia e denunciar o que aconteceu. A minha filha ficou traumatizada com a história e nem quer voltar para a instituição”, contou. A diretora Sandra Ruil, fez uma reunião com os pais dos alunos envolvidos e a jovem agredida. Durante a reunião, os jovens pediram desculpas para a adolescente e disseram que estavam arrependidos pelo que fizeram. A diretora ainda explicou que os pais dos alunos não aceitaram a atitude dos filhos e vão tomar medidas para que os garotos não cometam outros erros. Na instituição, os alunos assinaram advertência acompanhados pelos responsáveis e podem ser transferidos de turno por causa da situação. A mãe da adolescente disse que foi decidido que os pais dos alunos agressores vão pagar sessões de terapia para a adolescente que afirmou ter se sentido molestada pelos colegas. “Não desejo isso pra ninguém foi horrível. Ainda estou insegura para voltar a estudar, mas sei que não tenho culpa de nada. Eu fui vítima de uma brincadeira muito ruim e que agora eu quero esquecer”, contou a estudante.

Investigação - A Superintendência Regional Metropolitana, ligada a Secretaria Estadual de Educação informou que já entrou em contato com a escola e está apurando os dois casos envolvendo os estudantes da instituição. A direção da escola será ouvida para serem tomadas providências que possam melhorar o comportamento dos alunos.


Fonte: Jornal "O TEMPO", on line.

NOTÍCIAS...

Mãe denuncia à polícia bullying contra o filho no interior de SP

DE RIBEIRÃO PRETO

Uma dona de casa, de 28 anos, fez uma denúncia nesta quinta-feira de que o filho é vítima de bullying em uma escola pública de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). O garoto, de 12 anos, está com uma fratura em um dos dedos da mão após sofrer agressões de alunos da unidade, de acordo com ela.
Segundo ela, o filho, de 12 anos, é perseguido por outros alunos em uma escola na Vila Virgínia, em Ribeirão. À polícia, a mãe disse que relatou o problema à direção do colégio, porém, nada foi feito. Ontem, para evitar que o menino fosse novamente agredido, a dona de casa fez "guarda" no local. A polícia solicitou que o garoto fosse para o IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito.

Fonte: Folha de São Paulo - Cotidiano; ilustração: http://leandrofca.blogspot.com/2010/06/ilustracao-bullyning.html

NOTÍCIAS...

Adolescente é esfaqueado por colega de escola e morre em Juiz de Fora

por TABATA MARTINS

Um adolescente de 16 anos foi esfaqueado por um colega de escola no fim da tarde dessa quinta-feira (24) em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. De acordo com a Polícia Militar, o estudante foi agredido nas proximidades da Escola Estadual Estêvão de Oliveira por um colega de também 16 anos, após a vítima ter brigado com outro aluno da sua mesma série.

Segundo os militares, a agressão ocorreu no fim das aulas do período vespertino e um professor teria presenciado toda a violência. Mesmo assustado, segundo a PM, o mestre foi quem retirou a faca das mãos do agressor, que fugiu em seguida. Conforme a polícia, o adolescente foi atingido por três facadas no tórax e levado em estado grave para o Hospital Pronto Socorro da cidade. Já o agressor, foi localizado e apreendido depois de intenso rastreamento. Acompanhado da sua mãe, o adolescente prestou depoimento na 7ª Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora.

Na manhã desta sexta-feira (25), a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu.

Fonte: O Tempo

NOTÍCIAS...

Estudante de 16 anos é esfaqueado na escola


Guilherme Arêas e Mariana Nicodemus, repórteres

Um estudante de 16 anos foi internado em estado grave após ser esfaqueado dentro da Escola Estadual Estêvão de Oliveira, no Centro, no final da tarde de ontem. De acordo com a Polícia Militar, a vítima teria se envolvido em uma briga com outro aluno, da mesma série do ensino médio, no horário da saída, por volta das 17h15. O agressor teria usado uma faca de cozinha para desferir três golpes no tórax do estudante. Desacordado e em estado grave, o aluno foi encaminhado pelo Samu para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde passava por cirurgia até o fechamento desta edição. Nove viaturas da 30ª Companhia da PM foram empenhadas na ocorrência.

A faca de cozinha que provavelmente foi usada no crime foi encontrada cheia de sangue no chão próximo ao portão da escola. O objeto foi apreendido pelos policiais e encaminhado à delegacia, em Santa Terezinha, junto com um boné, que também apresentava manchas de sangue. Por volta das 20h30 de ontem, segundo a PM, o adolescente que teria praticado a violência, também de 16 anos, foi apreendido no Bairro Retiro, na Zona Sudeste. No entanto, até o fechamento desta edição, ele não havia chegado à delegacia.

Um pai de duas estudantes da instituição, que funciona na Rua Oscar Vidal, no Centro, relata o desespero das pessoas que presenciaram a violência. "Vi muita gente saindo da escola correndo, e alguém gritou que tinha gente esfaqueada lá dentro. Como ainda não tinha encontrado a minha filha, entrei para ver se a achava. Foi aí que vi o garoto todo ensanguentado, caído, parecia que estava morto. Muitas crianças começaram a chorar, todo mundo ficou em pânico", relata o professor, que preferiu não ser identificado. "Também sou professor de escola pública, e não sabemos mais o que fazer com esses jovens", completa. Segundo os militares do Centro, o Estêvão de Oliveira não tem histórico de brigas graves, como a que ocorreu ontem. Por isso, o policiamento tem se concentrado em outras instituições de ensino do Centro, como as escolas Normal (Instituto Estadual de Educação) e Delfim Moreira (Grupos Centrais). "Estávamos na Escola Delfim Moreira (também no Centro) para evitar brigas lá, mas, nesse meio tempo, acabou que ocorreu aqui", comentou um policial, que também preferiu manter o anonimato.

Para a diretora da subsede de Juiz de Fora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Victória de Fátima Melo, os colégios não são "ilhas" e, portanto, sofrem influência da sociedade. "Se os adolescentes estão vivendo essa cultura de resolver seus conflitos com violência, a escola não ficará imune. Temos a clareza de que o problema é social e que a escola, sozinha, não o resolverá", comenta, acrescentando que é responsabilidade do Estado garantir a integridade e a assistência ao professor frente a atual situação de violência no ambiente escolar. A Superintendência Regional de Ensino informou que já havia sido comunicada sobre o ocorrido na Estêvão de Oliveira ontem, porém a diretora em exercício não estava na cidade para comentar o caso. A diretora da instituição também foi procurada, mas, muito abalada, não quis se pronunciar.

Fonte: Tribuna de Minas (JF - MG)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Juiz decreta prisão preventiva de PMs que atiraram em adolescente em Manaus

Foi decretada nesta quinta (24), a prisão preventida dos policiais militares flagrados por uma câmera de segurança agredindo e atirando em um adolescente de 14 anos, em Manaus (AM). Eles já estavam presos administrativamente desde ontem. Em agosto do ano passado, o grupo de policiais agrediu e baleou o jovem na porta de casa. As imagens, gravadas por uma câmera de segurança, foram divulgadas na última terça-feira (22). O adolescente, que levou três tiros, sobreviveu. No boletim de ocorrência, os policiais relataram que foram recebidos a tiros no bairro e, por isso, atiraram no adolescente.

Nesta quinta, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) condenou a violência. De acordo com a nota da SDH, as imagens demonstram uma grave violação dos direitos humanos. “É inaceitável que, em um Estado Democrático de Direito, agentes públicos protagonizem cenas bárbaras como as referidas”. A secretaria destaca ainda, que além da violência, houve má-fé no documento de registro da ocorrência dos fatos, que apresentou condições muito diferentes do que as imagens indicaram. “Os atos de violência cometidos pelos policiais contra o adolescente são também uma afronta ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Estado e seus agentes, portanto, devem ser os primeiros a dar o exemplo para a sociedade”, diz a nota.

O Artigo 5º do ECA e o Artigo 227 da Constituição Federal resguardam que as crianças e adolescentes não serão objeto de qualquer forma de violência, crueldade e opressão. Para a SDH, os responsáveis pela agressão ao adolescente devem ser rigorosamente punidos, assim como seus superiores hierárquicos que foram omissos diante da apuração do fato.

* Com informações da Agência Brasil

Fonte: Correio Braziliense


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Presos seis dos sete PMs acusados de agredir e atirar em garoto de 14 anos em Manaus

Publicada em 25/03/2011

MANAUS, SÃO PAULO - Estão presos seis dos sete policiais militares acusados de agredir e atirar em um garoto de 14 anos em Manaus. O sétimo acusado, um cabo que havia se apresentado voluntariamente, está em férias e ainda não foi localizado. Eles podem ser expulsos da Polícia Militar do Amazonas e responder à Justiça comum por tentativa de homicídio. O governo federal condenou o abuso aos direitos humanos e o ministro José Eduardo Cardoso afirmou que casos como estes devem ter punição exemplar.

O caso aconteceu em outubro do ano passado e chegou à Procuradoria no fim de fevereiro. De acordo com os procuradores, cinco tiros foram disparados contra o garoto, que não tem antecedentes criminais. No boletim de ocorrência, os policiais disseram que atiraram no garoto porque foram recebidos a tiros ao chegar ao local. O garoto teve o pulmão perfurado e já recebeu alta do hospital. Ele e a família foram colocados no Programa de Proteção a Testemunhas.

Nesta quinta-feira, o secretário de Segurança Pública, Zulmar Pimentel, negou que a cúpula se segurança do estado tivesse conhecimento do crime. Segundo o comandante da Polícia Militar, Dan Câmara, o documento de fevereiro passado só foi protocolado no último dia 10 e havia sido pedida urgência na tramitação. A Polícia Militar e o Ministério Público do Amazonas informaram que vão trabalhar juntos na investigação do caso, que será sigilosa.

- Queremos esclarecer também que não houve interesse da PM em atrasar a investigação - afirmou o comandante.

O processo será encaminhado ao juiz da auditoria militar Aucides Carvalho Vieira Filho.

As cenas gravadas mostram o adolescente cercado por homens da Força Tática. Pouco depois, ele aparece sozinho com um policial. O menino está desarmado e não tem para onde fugir. Quando ele abaixa a cabeça, é alvo da covardia. O adolescente só não foi morto porque um dos policiais interveio. Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República condenou a agressão policial contra o menor e pede punição aos agressores.

São acusados de participação no crime os policiais Janderson Bezerra Magalhães, André Castilho, Wilson Henrique Ribeiro da Cunha, Rozivaldo de Souza Ferreira, Marcos Teixeira de Lima, Wesley Souza dos Santos, Alexandre Souza dos Santos.

Fonte: O Globo

Sindicato dos professores da rede particular discute propostas apresentadas em nova assembleia nesta sexta

Por FELIPE REZENDE - 24/03/2011
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Após uma manhã de manifestação e reuniões nesta quinta-feira (24), os professores da rede particular de Belo Horizonte farão nova assembleia na manhã desta sexta (25). Na reunião desta quinta, entre diretores do Sinpro e representantes do sindicato patronal (Sinep), a Superintendência Regional do Trabalho (SRT) apresentou uma nova proposta.

De acordo com o Sinpro, foi sugerido reajuste de 8,13%, equiparação dos pisos da educação infantil a partir de fevereiro de 2012, renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) retroativa a 1º de fevereiro, com vigência de dois anos, reposição das aulas paralisadas, garantia de pagamento dos dias parados e de que não haverá demissões dos docentes que participaram do movimento. A proposta também prevê a criação imediata de uma comissão intersindical para definir, no prazo de 90 dias, as questões relacionadas ao seguro de vida, à regulamentação da educação a distância e à mudança da data-base para 1º de abril. Os donos de escolas também vão se reunir nesta sexta para analisar a proposta da SRT.

A assembleia desta sexta será realizada às às 9h, na Faculdade de Medicina da UFMG, no centro da capital.

Fonte: OTEMPOonline

Imagens mostram PM atirando em garoto de 14 anos em Manaus


TV Globo, Portal Amazônia
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MANAUS - Imagens gravadas por uma câmera de segurança particular mostram policiais atirando contra um garoto de 14 anos na periferia de Manaus. As cenas mostram o adolescente cercado por homens da Força Tática. Pouco depois, aparece sozinho com um policial. O menino está desarmado e não tem para onde fugir. Quando ele abaixa a cabeça, é alvo da covardia. O adolescente só não foi morto porque um dos policiais interveio. O caso aconteceu em agosto passado e o caso chegou à Procuradoria no fim de fevereiro. De acordo com os procuradores, cinco tiros foram disparados contra o garoto, que não tem antecedentes criminais.

A investigação foi feita em sigilo. Dos sete policiais envolvidos, seis já prestaram depoimento. O garoto teve o pulmão perfurado e já recebeu alta do hospital. Ele e a família foram colocados no Programa de Proteção a Testemunhas. Após a ação da Procuradoria, a Secretaria de Segurança Pública também abriu investigação e o caso será encaminhado à Corregedoria Geral do Sistema de Segurança Pública do Amazonas. Foi pedida prisão preventiva dos policiais.

No boletim de ocorrência, os policiais disseram que atiraram no garoto porque foram recebidos a tiros ao chegar ao local. São acusados de participação no crime os policiais Janderson Bezerra Magalhães, André Castilho, Wilson Henrique Ribeiro da Cunha, Rozivaldo de Souza Ferreira, Marcos Teixeira de Lima, Wesley Souza dos Santos, Alexandre Souza dos Santos.

Fonte:http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/03/24/imagens-mostram-pm-atirando-em-garoto-de-14-anos-em-manaus-924075825.asp

Fonte da charge: Jornal "Acrítica" de Manaus

Estudo: bullying está associado ao 'desejo de popularidade'

Estudo aponta que o desejo por popularidade também é uma das causas do bullying nas escolas
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Para muitos adolescentes que navegam pelos desafios sociais da escola, o maior objetivo é fazer parte da turma "popular". Porém, uma nova pesquisa sugere que o caminho para a popularidade na escola pode ser perigoso, e que os alunos perto do topo da hierarquia social são muitas vezes vilões e vítimas de comportamento agressivo envolvendo seus colegas.

As descobertas, que serão publicadas na The American Sociological Review, oferecem uma nova visão sobre a estratificação social dos adolescentes. O estudo, acompanhado de uma pesquisa relacionada da Universidade da Califórna, em Davis, nos Estados Unidos, também desafia os estereótipos do bullying escolar e da vítima. Casos bastante divulgados envolvendo bullying normalmente significam um assédio crônico de estudantes socialmente isolados, mas os estudos mais recentes sugerem que várias formas de agressão e vitimização ocorrem à medida que os alunos competem para melhorar sua popularidade.

As descobertas contradizem a ideia do agressor como desajustado ou agressivo por natureza. Em vez disso, os autores argumentam que, quando se trata de comportamento malicioso, o papel dos traços individuais é "superestimado", e grande parte dele se deve a preocupações com o status. "Muitas vítimas são feitas nos degraus intermediários e altos da hierarquia", disse o autor do estudo, Robert Faris, professor assistente de sociologia da UC Davis. "Frequentemente pensamos que isso é parte de como os jovens disputam status. Em vez de perseguir os adolescentes excluídos, eles podem mirar em colegas rivais".

Educadores e pais muitas vezes desconhecem o estresse diário e as agressões com que devem lidar até mesmo estudantes bem-ajustados socialmente. "Pode ser invisível", disse Faris. "A literatura sobre bullying vem focando nessa única dinâmica de antagonismo crônico repetido de jovens socialmente isolados, ignorando essas outras formas de agressão. É bem possível que um ato, um rumor espalhado na Internet possa ser devastador".

Pesquisa


Numa série de estudos, alguns ainda aguardando publicação, os pesquisadores da UC Davis pediram a 3.722 alunos da oitava à décima série em três condados da Carolina do Norte para indicarem o nome de seus cinco melhores amigos. Então os pesquisadores perguntaram aos alunos se eles já tinham sido alvo de algum comportamento agressivo por parte de seus colegas - incluindo violência física, abuso verbal e assédio, rumores e fofocas, ou ostracismo - e se eles mesmos já tinham participado desse tipo de comportamento.

Os pesquisadores usaram os dados para construir complexos mapas sociais das escolas, monitorando grupos de amigos e identificando os alunos que constantemente estavam no centro da vida social. "Não é só o número de amigos que o jovem tem, mas quem são esses amigos", disse Faris. "Os jovens de que estamos falando estão bem no meio das coisas". Usando os mapas, os pesquisadores monitoraram os alunos mais frequentemente acusados de comportamento agressivo. Eles descobriram que subidas no status social estavam associadas a aumentos subsequentes na agressão. Notavelmente, o comportamento agressivo atingiu o auge na 98º posição de popularidade, depois caiu.

"Bem no topo, começamos a ver uma reversão, os jovens nos 2% mais altos têm tendência a serem menos agressivos", disse Faria. "A interpretação que eu tenho é que eles não precisam mais ser agressivos porque estão no topo. Mais agressões podem ser contraproducentes, sinalizando insegurança com sua posição social".

Resultados


No geral, a pesquisa mostra que cerca de um terço dos alunos estão envolvidos em comportamento agressivo. Em outro artigo apresentado no ano passado, Faris relatou que a maioria das agressões de adolescentes é direcionada a rivais sociais. "Talvez um degrau acima ou abaixo de você", como ele colocou, "em vez de um adolescente que está totalmente desprotegido e isolado".

"Não quero dizer que esses jovens não sofrem, porque eles sofrem agressões", disse ele. "Mas o índice geral de agressões parece aumentar à medida que o status sobe. Isso sugere que um aluno acredita ter mais benefício em perseguir alguém que seja seu rival".

Como prevenir o bullying


A pesquisa oferece um mapa para educadores que tentam combater o bullying e a agressão dentro e fora da escola. Uma opção pode ser convocar o apoio dos alunos que não estão envolvidos com bullying - os que estão bem no topo da escada social, e os dois terços dos alunos que não fazem bullying.

Richard Gallagher, diretor do Instituo de Paternidade e Maternidade do Centro de Estudos Infantis da Universidade de Nova York, disse que a pesquisa acrescenta a um corpo crescente de literatura científica documentando o papel que a popularidade exerce no assédio agressivo e no comportamento de bullying.

"Ele salienta que é um comportamento típico usado para estabelecer redes e status sociais", disse Gallagher, professor de psiquiatria infantil e de adolescentes. "As escolas e os pais precisam estar atentos porque é um comportamento que ocorre o tempo todo. Isso significa que os distritos escolares precisam ter políticas que lidem com o problema. Acho que devemos recorrer aos próprios adolescentes para criar algumas soluções".

Gallagher afirmou que, embora os resultados tenham sido confusos, algumas pesquisas mostraram que as escolas podem combater o bullying e a agressão ao convocar a ajuda dos alunos, assim como dos administradores. "Não é provável que se elimine totalmente esse comportamento, mas é provável que sua ocorrência se reduza", disse.

Segundo ele, os programas que obtiveram sucesso são os que não colocam os jovens na posição de meros espectadores. "As iniciativas fizeram com que os jovens populares demonstrassem que o bullying não é legal". Faris afirmou planejar conduzir novas pesquisas para casar os mapas sociais com anuários das escolas, a fim de melhor documentar uma hierarquia social. Um estudo relacionado também sugere que não é apenas a popularidade que influencia um comportamento agressivo, mas a importância que o aluno dá a ser popular.

"Historicamente, toda a atenção tem se focado nas deficiências mentais dos que fazem a agressão", disse Faris. "Precisamos direcionar mais atenção à forma como a agressão está entrelaçada no tecido social dessas escolas".

Fonte: Terra

Melhores armas contra o bullying são o diálogo e a prevenção

Por Ana Cássia Maturano - Especial para o G1, em São Paulo / 24 de março de 2011

Nesta semana, a história de um adolescente australiano rendeu muitas reflexões sobre um tema que preocupa a todos – o bullying. Este fenômeno é caracterizado pela agressão intencional, física ou psíquica, praticada por uma pessoa, ou grupo delas, a uma outra, que geralmente apresenta algum aspecto pessoal que a diferencia, como a obesidade ou timidez exacerbada. Às vezes, a vítima de bullying sofre anos de agressões calada, gerando outros problemas de ordem mental e social. E foi o que aconteceu com o garoto Casey Heynes, de 15 anos.

Em uma entrevista a uma TV australiana, Heynes disse que desde o ensino fundamental sofria agressões. Há três anos, foi deixado de lado por um grupo de oito amigos, quando então as investidas iniciaram. Além de ataques verbais, quando diziam que ele era gordo e deveria perder peso, ele também sofria agressões físicas, como rasteiras e tapas, chegando-se ao extremo de o amarrarem em uma árvore com fita adesiva. Ele sofreu tudo calado, sem nunca revidar.

O garoto relata que se sentiu muito só e, cerca de um ano atrás, chegou a pensar em suicídio. Porém, cansado dessa situação, ele revidou a provocação de um garoto mais novo e de menor porte físico. A cena foi filmada por alguém, caiu na internet e milhões de pessoas a viram em poucas horas. A maioria que viu o vídeoo considerou um herói e o apoia em sua atitude.

Ficou, no entanto, a dúvida sobre sua reação: se cada vez que uma pessoa sofrer um tipo de agressão revidar com outra, o mundo se transformará em uma pancadaria. Não é o melhor caminho. Como o garoto disse, foi o que pode fazer. Mais uma vez vale lembrar que o melhor meio de se trabalhar com a questão do bullying com crianças e adolescentes (vamos nos restringir a eles, mas esse fenômeno não tem idade) no ambiente escolar e em casa, é através da prevenção.

Para isso, é necessário reconhecer sua existência e manter os olhos bem abertos. A escola costuma ser o ambiente preferencial para que ele ocorra, não dá para não ver. Em casa, as vítimas ou agressores tendem a mostrar de alguma forma que as coisas não andam bem, através de algum sintoma físico ou comportamentos diferentes. A questão é séria e consequências graves podem ocorrer, como aqueles tiroteios em escolas nos Estados Unidos.

Não é à toa que Heynes diz ter se sentido sozinho. Durante três anos, além de não dizer nada a ninguém, pessoa alguma percebeu (ou não quis perceber) – família e escola. Geralmente uma vítima desse tipo tem dificuldade em colocar as coisas para fora, elas sofrem caladas. Seja por ser uma característica delas, ou por simplesmente nunca serem ouvidas.

Isso leva a pensar o quanto sua atitude de não buscar ajuda possa refletir um certo descaso para com ele. Como que ninguém o viu amarrado numa árvore? Seu pai só ficou sabendo através do vídeo. Pois é. Apesar de todo o sofrimento, Heynes mostrou ter uma grande força de vida. Demorou, mas aconteceu. Em vez de desistir, agredindo-se mais ainda, pondo um fim a sua vida, ele deu um basta com o que foi possível naquele momento – usou de sua força física contra seu agressor. Mesmo assim, não foi tomado pela raiva. Não espantaria nada se ele ficasse espancando o menino por um tempo maior sem conseguir parar.

Se pensarmos do ponto de vista social, sua atitude não é adequada. Porém, ao considerarmos o aspecto da saúde mental, Heynes deu um passo à frente para manter sua sanidade. Ele é o herói de si mesmo e deu voz a todos que já sofreram agressões do tipo (a maioria de nós, como bem lembrou o jovem australiano).

O outro garoto se defendeu – o que é natural. Nem os pais dele, no entanto, pareceram engolir muito isso. E a escola resolveu, depois de tanta repercussão, suspender os dois alunos, pois sua tolerância a agressões é zero. Parece que ela dormiu durante três anos e não viu nada. Esse é um problema mais comum do que se pensa. Não dá para fazer de conta que ele não existe. Assim como Heynes, está na hora de escolas e famílias despertarem e reagirem a isso. Sem pancadaria.

Fonte: G1

BULLYING...

...identifique se o seu filho é vítima desse tipo de intimidação


Um dos desafios para a identificação do bullying é o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras por pais e professores

Pouco antes do horário de ir à escola, a criança diz que tem dor de barriga e pede para faltar. Em casa, não desgruda da Internet. Senhor pai ou responsável: pense duas vezes antes de castigar seu filho ou chamá-lo de preguiçoso. Você pode ter uma vítima de bullying em casa.

O termo vem do inglês "bully" (pronuncia-se 'búli'), que se refere a pessoas que intimidam, agridem ou se aproveitam de outras pessoas - o seu filho, por exemplo. Um dos desafios para a identificação do bullying é o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras por pais e professores - crianças que se dão apelidos, fazem gozações e chacotas umas com as outras.

"O que muitos pais não percebem é que, não raramente, essas 'brincadeiras' fazem mal à criança. Em casos extremos, leva ao suicídio", diz a pedagoga Cleo Fante, especialista em bullying. Segundo a educadora, a popularização da Internet entre adolescentes e crianças é outro fator que contribui para o aumento do bullying, "já que no mundo virtual as pessoas não precisam dar as caras".

Os casos de cyberbullying, praticados pela Web, são tão "prejudiciais para as crianças quanto o bullyings tradicional", afirma Fante. No mundo real ou virtual, o problema requer atenção de pais e professores. "Um dos maiores erros é menosprezar o sofrimento da criança. Não se deve dizer para o filho deixar isso para lá", diz Fante.

"Há pais que dizem 'eu também passei por isso', o que não justifica o sofrimento da criança. Além do mais, cada indivíduo encara as dificuldades de maneira diferente", diz. Se a escola é o local em que a criança sofre a intimidação, os pais devem entrar em contato com professores e diretores, que devem coibir esse tipo de ação entre os estudantes. "É preciso também estimular a auto-estima dos pequenos. As maiores vítimas são as crianças tímidas, que não conseguem se defender e exigir que os colegas parem com a brincadeira. Os pais devem incentivar a criança a fazer isso, sem estimular a violência", diz Fante.

"A criança deve conseguir dizer com firmeza: 'eu não quero brincar', 'eu não sou isso que você está dizendo'. Brigar com o filho vítima de bullying não dará a coragem que a criança precisará para ser firme", explica a pedagoga.

Seu filho sofre bullying? Então:

- Não diga para "deixar para lá" - ou ele pode não mais contar problemas que tenha;

- Converse com a direção da escola, se o problema for lá;

- Se não resolver, faça boletim de ocorrência em delegacia de polícia;

- Se a ofensa for pela Internet, imprima a página e leve ao Ministério Público;

- Estimule que seu filho conte como foi o dia na escola.

Como identificar o bullying

Muitas vítimas de bullying sofrem caladas, "por vergonha, por acharem que são culpadas ou até merecem os apelidos, ou por falta de oportunidade de diálogo", aponta Cleo Fante. Cabe, então, a pais e professores a tarefa e identificar se há algo de errado na vida social da criança ou mesmo do adolescente.

"Só consegue notar diferenças quem acompanha o cotidiano do filho. É esse o primeiro passo: ver se a criança está mais irritada, nervosa ou triste que o normal", aponta Fante. No caso de vítimas de cyberbulling, a compulsão por utilizar a Internet é outra característica.

Filhos "valentões"

Se o seu filho não é vítima de bullying, ele pode ser, ainda, um desses agressores - comportamento que também merece atenção e cuidado dos pais. "Dependendo da gravidade do ato, o menor pode ser internado para serem aplicadas medidas sócio-educativas", explica o promotor de Justiça Criminal, Lélio Braga Calhau, de Minas Gerais.

No caso de bullying pela Internet - caso a criança ou adolescente espalhe mentiras que ofendam algum colega -, o pai ou quem permitiu o acesso ao computador também pode ser penalizado.

"Alguém que seja negligente com um crime pode também ser responsabilizado, de acordo pelo código penal. Na área cívil, pode haver processos por danos morais e a família ser obrigada a pagar indenizações", diz Calhau. Para identificar se o seu filho está intimidando outras crianças, a pedagoga cita algumas características comuns aos agressores: "os jovens que praticam bullying costumam ser hostis, usam força para resolver seus problemas e são intolerantes".

Os pais não devem elogiar nem estimular os filhos briguentos e valentões. Devem conversar e, se necessário, procurar ajuda de profissionais especializados, como psicólogos.

Fonte: UOL Educação

EDUCAÇÃO E POLÍTICA...


Código disciplinar do MPF proíbe bullying e trotes violentos em escola federal de Minas

Por KARINA ALVES

Um código disciplinar elaborado entre o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas (IFSE) e o Ministério Público Federal (MPF) tem por objetivo proibir a prática de bullying dentro da escola, que fica em São João del-Rei, região do Campo das Vertentes. O código foi criado mediante um compromisso firmado entre o IFSE e o MPF durante as investigações de irregularidades no julgamento de uma suposta infração cometida por um estudante na Escola Agrotécnica de Barbacena, que posteriormente foi incorporada àquela instituição.

Bullying e trotes violentos, praticados dentro ou fora da escola, são considerados falta grave e podem resultar em expulsão, segundo o novo código. As penalidades, antes do documento, não asseguravam direitos de defesa e do contraditório, assegurados por lei. O MPF defendeu que, conforme dispõe a Lei nº 9.784/99, escolas federais devem se submeter às mesmas regras que regem a Administração Pública, entre elas o processo administrativo com todas as suas garantias.

Fonte:
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=114268,NOT&IdCanal=1

Categoria entra em greve por tempo indeterminado

Sinpro em movimento

Professores ressaltam necessidade de mobilização para garantir conquistas

Em assembleia lotada, nesta terça-feira (22/3), os professores da educação privada (área de abrangência do Sinep/MG) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.

Na sexta-feira (25/3), nova assembleia será realizada, às 9h, na Faculdade de Medicina da UFMG (Av. Alfredo Balena, 190 – Centro – BH), para decidir o rumo do movimento grevista.

“A categoria está unida. Aumentamos a mobilização, e a adesão cresce a cada dia. Os professores deram novamente o recado de que, neste ano, não abriremos mão de avanços”, destacou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas.

Nova reunião com o sindicato patronal está agendada para esta quinta-feira (24/3), às 10h30, na Superintendência Regional do Trabalho (Rua Tamoios, 596 – Centro – BH). O sindicato convoca os professores para um ato na porta da Superintendência, enquanto acontece a reunião. A paralisação desta terça-feira atingiu parcial ou integralmente em torno de 50 instituições de ensino de Belo Horizonte, como Colégio Frei Orlando, Marista Dom Silvério, Colégio Santo Antônio, Efigênia Vidigal, Colégio Libertas, Colégio Pio XII, Instituto Padre Machado, Colégio Imaculada, Universo, Newton Paiva, Uni-BH, Sagrado Coração de Maria, Fumec, Escola da Serra, entre outras. A decisão da assembleia é válida para a capital e região metropolitana.

Intransigência patronal

Os docentes voltaram a recusar, por unanimidade, a contraproposta patronal – que prevê reajuste pelo INPC (6,53%) para quem ganha acima do piso, e de 7,5% para quem o recebe –, e reafirmaram a necessidade de avançar e de valorizar a categoria. Após quase quatro meses de negociação, o impasse permanece, pois os donos de escolas mantêm a intransigência e se recusam a apresentar uma proposta satisfatória, que atenda as reivindicações da categoria. “Mesmo com todos os indicadores econômicos positivos, o patronal não quer valorizar os professores. Em nenhum momento, nossa pauta de reivindicações foi aceita. Em função disso, a greve é a saída que a categoria encontrou neste momento para pressioná-los a negociar”, disse Gilson Reis.

Os professores reivindicam 12% de reajuste salarial, equiparação dos pisos da educação infantil, regulamentação da educação a distância, mudança da data-base para 1º de abril, eleição de delegados sindicais a cada 50 trabalhadores na instituição de ensino, seguro de vida e criação de comissão, no interior das escolas, para tratar de assuntos relacionados à violência no ambiente escolar e à saúde da categoria.

Fonte:
http://www.sinprominas.org.br/conteudos/detalhes.aspx?IdCanal=118&IdMateria=1899

Em Belo Horizonte, 11 mil alunos ficaram sem aulas

Oito escolas pararam total ou parcialmente nesta quarta-feira

Iracema Amaral - Repórter - 23/03/2011 - 19:13

O segundo dia de greve dos professores da rede particular de ensino deixou nesta quarta-feira (23) 11 mil alunos da capital sem aula, representando 5,7% do total de estudantes matriculados. O cálculo é do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), que contabilizou a paralisação total ou parcial de oito estabelecimentos. Belo Horizonte conta com 1.296 escolas particulares.

“É um absurdo parar com as aulas, porque as mensalidades são caras”, reage a gerente comercial Jaqueline Horta Passos, mãe de Maria Eduarda, 4 anos, do Sagrado Coração de Maria. A filha precisou ficar com a avó para que Jacqueline pudesse trabalhar. “A escola não informou o motivo da paralisação e isso muda a nossa rotina”, reclama Eliane Bartolomeu, cuja filha de 4 anos precisou ficar com a babá para a mãe poder trabalhar.

O Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) não soube informar quantos alunos foram prejudicados com a greve. O Sinpro fez o balanço apenas do número de escolas que participam do movimento, calculado em 50. A justificativa para a estimativa é que o movimento grevista está começando e os números não puderam ser checados nas escolas. A contabilidade levou em conta relatos de professores que participaram, na terça-feira, da assembleia da categoria. Amanhã, nova reunião dos professores está marcada para avaliar o movimento grevista e a contraproposta patronal para as reivindicações dos professores. A assembleia será às 9 horas, na Faculdade de Medicina da UFMG. No mesmo dia e horário está agendado encontro entre os diretores das escolas particulares, na sede do Sinep.

Professores e representantes dos donos das escolas particulares se reúnem para avaliar os resultados da reunião de conciliação, prevista para acontecer na manhã de quinta-feira (24) na Superintendência Regional do Trabalho. Nesta quarta, o presidente do Sinep, Ermiro Barbini, adiantou que vai oferecer 7,5% de reajuste para todas as faixas salariais. Anteriormente, esse percentual era apenas para quem ganhasse o piso da categoria. Os professores reivindicam 12% de aumento para toda a categoria baseada em Minas Gerais, que soma 54 mil professores. Na capital, esse número chega a 33 mil desse total no Estado. Além de outros benefícios para melhoria da qualidade do exercício da profissão.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

Professores municipais de Betim param a partir de quinta

Cerca de 5 mil alunos devem ficar sem aulas no município

Da Redação - 23/03/2011 - 18:45

Cerca de mil trabalhadores da educação da rede municipal de Betim decidiram, durante assembleia, por greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (24). A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, explica que foram vários os motivos que pesaram na decisão, entre eles a ausência de reajuste salarial desde 2009, a suspensão da carreira dos profissionais, além de uma série de contratações irregulares nas escolas municipais. A rede municipal de educação de Betim conta com quase 5.500 profissionais e atende mais de 50 mil alunos, distribuídos em 67 escolas. A categoria se reúne em nova assembleia no próximo dia 30, às 15h, em Betim para definir os rumos do movimento.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

sábado, 19 de março de 2011

Aluno é pego com garrucha em escola

Um menino de 13 anos foi flagrado com uma arma dentro da mochila em uma escola estadual, quinta-feira, no Bairro Santa Luzia, Zona Sul. Segundo a PM, os próprios alunos levaram o fato ao conhecimento de um funcionário da instituição, que chamou a criança e localizou, em seu material escolar, uma garrucha calibre 32 com uma munição não deflagrada. O garoto contou que havia achado a arma em casa, nos pertences da irmã, 14, e levou o objeto para o colégio com o intuito de impressionar os colegas de turma. Já a adolescente disse que o irmão mais velho deles, 18, havia entregado a garrucha a ela, pedindo que guardasse, e ela havia relatado a situação ao mais novo.

A PM realizou rastreamento em busca do jovem, que seria o proprietário da arma, mas ele não foi encontrado. A garrucha, que estava enferrujada e sem identificação, foi apreendida e encaminhada à delegacia. O menor de idade foi entregue à mãe. A supervisão da escola informou que já está tomando as medidas legais sobre o caso, mas não detalhou quais procedimentos foram adotados. Ocorrências envolvendo o porte de arma e drogas por parte de jovens têm se repetido em Juiz de Fora. No mês passado, sete adolescentes entre 12 e 17 anos foram apreendidos pela PM durante uma ação que conseguiu evitar um confronto entre grupos rivais, a cerca de 20 metros de distância de uma escola, na Zona Sul. Um menino, 12, foi descoberto portando uma mochila, com um revólver e duas facas de cozinha. Em dezembro, um adolescente, 13, foi flagrado com quatro pedras de crack em uma escola na Cidade Alta.

Fonte: Tribuna de Minas, 19 de março de 2011 - Juiz de Fora - MG http://www.tribunademinas.com.br/geral/geral60.php

sexta-feira, 18 de março de 2011

Resultado da enquete: Educação e Segurança Pública


O sucesso na segurança pública depende da educação?

SIM: 93 respostas - 93%

NÃO: 16 respostas - 16%

NÃO SABE: 06 respostas - 06%

Total: 100 respostas (100%)

OBS: Alguns internautas marcaram mais de uma opção

Pouco interesse pela carreira diminui número de professores


18 de março de 2011

Os baixos salários e a violência em sala de aula são alguns dos motivos para a diminuição do número de professores
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CARTOLA - AGÊNCIA DE CONTEÚDO - Especial para o Terra

Ao contrário do que se via até o final da década de 1970, a figura do professor na sala de aula não tem, hoje em dia, o mesmo prestígio de antigamente. "Naquela época, ser professor era como ser médico, juiz ou padre", afirma Roseli Souza, assessora pedagógica da divisão de sistemas de ensino da editora Saraiva, sobre a autoridade máxima de quem ensinava informações tão fundamentais como o alfabeto.

Apesar de todos os aspectos positivos que vieram com o fim da ditadura militar no Brasil, Roseli diz que, nesse processo, os professores estão perdendo gradualmente o poder e a autonomia na sala de aula. "Embora tenha ocorrido uma manifestação da própria classe docente pela democracia, alguma coisa se perdeu no caminho e não conseguimos reaver", lamenta.

A desvalorização da profissão já pode ser vista em números. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a educação básica brasileira (que inclui a educação infantil, a especial, o ensino fundamental, o médio e a educação de jovens e adultos - o EJA), em 2007 havia 2.500.554 profissionais atuando em sala de aula. No ano de 2009, esse valor baixou para 1.977.978.

Para Roseli, a causa é a desmotivação da categoria. "O próprio aluno já não consegue se reconhecer nesse professor quando o vê desestimulado. Outras vezes o estudante se interessa pela carreira, mas os pais desestimulam", afirma. Entre os motivos estão os baixos salários, desinteresse dos alunos e até episódios de violência. Houve progressos, como plano de carreira e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que buscam garantir que todos os estudantes aprendam os mesmos conteúdos independentemente da sua localidade e condição financeira. Porém, ainda é um processo lento. "É necessário uma melhor profissionalização, um código de ética e também é importante desmistificar a figura do professor", diz Roseli.

"As pessoas acham que o magistério é um sacerdócio, como se ganhar pouco fizesse parte da escolha de ser professor. Se um professor cobrar por hora o que se cobra numa consulta médica, por exemplo, achariam um absurdo. Mas as duas profissões exigem formação constante", afirma a assessora pedagógica.

Outra questão que pode estar afugentando futuros mestres é a pouca tecnologia que normalmente envolve a profissão. "A cada ano surgem novos cursos, e essa nova geração está muito envolvida com tecnologia, então procura empregos nessa área", opina. Assim, chegou o momento de o docente repensar o seu papel, que ainda é fundamental, porém em outro contexto. "Não é o aluno que deve se adaptar ao professor", diz.

Fonte: Terra