sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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Professores fazem protesto contra assassinato de colega

Foto - jornal O Tempo

Renata Galdino, Editora-adjunta - 9 dez. 2010
LUIZ COSTA (Jornal Hoje em Dia)

Professores de escolas particulares e públicas de Belo Horizonte se reuniram, nesta quinta-feira (9), na Praça Sete, Centro, às 18 horas, em um ato de repúdio ao assassinato do professor de Educação Física Kássio Vinícius Castro Gomes, 39 anos, morto na terça-feira (7), no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, na Região Centro-Sul. O corpo do professor foi sepultado às 14 horas, no Cemitério Parque da Cachoeira, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Kássio foi esfaqueado no tórax por Amilton Loyola Caires, 23 anos, aluno do 5º período da faculdade. O universitário foi preso na madrugada de quarta-feira (8), quando chegava em um táxi no prédio onde mora com a família, no Bairro União, Região Nordeste da capital. Ele confessou o crime. Nesta quinta (9), a polícia deve analisar as imagens do circuito interno de TV da faculdade. Por meio da gravação, o delegado Breno Pardini, da Homicídios Sul, espera esclarecer a dinâmica do ataque ao professor, que era casado e tinha dois filhos, de 5 e 6 anos. Em depoimento que durou cerca de três horas, no Departamento de Investigações (DI), Amilton alegou que era perseguido pela vítima. “Disse que o ato de fúria foi em decorrência de atritos anteriores e se diz arrependido”, contou o delegado.

No interrogatório, o universitário afirmou que não tinha a intenção de matar Kássio e que só levou a faca para a faculdade para intimidar o professor, que lecionava Esporte de Aventura para a sua turma. “Mas não confirmou que tinha problemas com as notas que teriam sido dadas pela vítima”, disse Pardini. A defesa deve alegar que Amilton tem transtorno bipolar e é esquizofrênico. Segundo uma fonte policial, o estudante teria dito ainda que estaria sendo vigiado pelo professor por meio de câmeras de segurança. Amigo da família, o advogado Nelson Rogério Figueiredo Leão conversou com o jovem na delegacia. “Ele tem problemas psiquiátricos e será fácil conseguir um laudo apontando isso”, ressaltou. O defensor do estudante, no entanto, não tinha sido definido até o final da tarde de quarta-feira (8).

Universitário era acompanhado por psiquiatra

Ao sair da delegacia, o irmão mais velho de Amilton, que não se identificou, disse que o universitário fazia acompanhamento com um psiquiatra e tomava remédios controlados. Já a mãe dele não quis comentar sobre as supostas doenças do filho. Depois do depoimento, o assassino confesso de Kássio foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) do Bairro São Cristóvão, Região Noroeste de BH.

Enquanto isso, o clima era de revolta na casa dos familiares de Kássio Vinícius. Esta é a segunda tragédia na família em menos de um ano. No dia 11 de janeiro, o pai do professor, Maurílio Ferreira Gomes, 72 anos, foi morto também a facadas depois que um assaltante invadiu a casa onde ele passava férias, no Sul da Bahia. Na época, a mãe de Kássio, a dona de casa Maria dos Anjos Castro Gomes, também foi atingida pelo agressor. “Perdi meu marido e agora o meu filho do mesmo jeito. Meu filho reunia a família todos os finais de semana na minha casa ou no sítio dele. Agora, não sei se vou aguentar”, desabafou.

Irmã da vítima, a secretária-adjunta de Educação de Betim, Sandra Angélica Castro Gomes, afirmou não ser a morte do irmão um caso isolado, e a agressão de alunos contra professores não é novidade. “Essa violência contra os docentes é o reflexo de uma péssima educação familiar. As crianças não sabem receber um não”, frisou. Para o irmão mais velho de Kássio, Maurílio Sérgio Castro Gomes, o professor era uma pessoa tranquila e dedicada aos estudos, sendo também professor da UFMG. (Colaboraram Maira Monteiro e Rosildo Mendes)
Filhos levam flores para homenagear professor assassinado

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes, 39 anos, foi assassinado dentro do Instituto Izabela Hendrix na noite de terça-feira (7)

Celso Martins e Thiago Ricci, repórteres - 8 dez. 2010
LUCAS PRATES

Os dois filhos, de 5 e 6 anos, do professor Kássio Vinícius Castro Gomes, 39, acompanharam com flores o velório do pai na noite desta quarta-feira (8) no Ginásio Divino Braga, o Complexo Poliesportivo de Betim, na Região Metropolitana. A homenagem é uma forma encontrada pela família para as crianças compreenderem a segunda perda deste ano. Os meninos também levaram flores ao velório do avô, Maurílio Ferreira Gomes, 73 anos, assassinado a facadas em 11 de janeiro. O idoso foi vítima de um latrocínio em Nova Viçosa, na Bahia. A mulher dele e avó das crianças, Maria dos Anjos Castro Gomes, 74, ficou ferida na ocasião e também seguiu o velório do filho.

Em clima de muita comoção, cerca de 50 pessoas acompanharam a homenagem no Ginásio Divino Braga. Emocionada, a irmã do professor, Sandra Angélica Gomes, conversou com a imprensa e afastou qualquer sentimento de vingança. Secretária-adjunta de Educação de Betim, ela afirmou que apenas deseja acompanhar o processo judicial do caso. Sandra disse também não entender o assassinato do irmão. Ela classifica a atual geração sem limites. A secretária-adjunta afirmou ainda que o Instituto Izabela Hendrix, onde Kássio Gomes trabalhou por três anos e foi morto, não prestou qualquer solidariedade à família. A assessoria da faculdade não foi encontrada para falar sobre o assunto. Um grupo de alunos levado pela ex-coordenadora do curso de Educação Física do Izabela Hendrix, Raquel Borges, emocionou ainda mais o velório do professor. Eles aplaudiram o docente por cerca de dois minutos e levaram uma faixa com uma citação de Guimarães Rosa: "as pessoas não morrem, ficam encantadas". Um buquê de flores também foi entregue, fazendo companhia às outras dezenas de ramalhetes.

O sepultamento de Kássio Vinícius está marcado para as 14 horas desta quinta-feira (9) no Parque da Cachoeira, também em Betim. O professor universitário foi morto com uma facada pelo estudante do 5º período de Educação Física Amilton Loyola Caires, 23 anos, dentro do Instituto Izabela Hendrix na noite de terça-feira. O jovem foi preso na madrugada desta quarta-feira dentro de casa, no Bairro União, Região Nordeste de Belo Horizonte, e está detido no Ceresp São Cristóvão.

Professor assassinado por aluno na capital é enterrado nesta tarde
09 dez.2010

Terminou por volta das 14h40 desta quinta-feira, 9, o enterro do professor universitário Kássio Vinicius de Castro Gomes, assassinado por um aluno na noite da última terça-feira (7) dentro da faculdade Izabela Hendrix, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Centenas de pessoas participaram do sepultamento que aconteceu no Pólo esportivo Divino Braga, em Betim. Familiares, alunos e amigos acompanharam indignados a cerimônia e entregaram um manifesto em favor da vida assinado por várias entidades. O documento pede punições mais severas para casos de violência ressaltando que “nossas leis são muito brandas na punição de atos violentos, principalmente se o assassino for de família abastada”, diz um trecho do manifesto. Quem falou pela família foi o irmão do professor, Luy Castro Gomes. Ele disse que a família está muito abalada e que não entende como a vida do irmão foi tirada em um ato de violëncia gratuita. “Nós estamos em pedaçõs e não entendemos até agora a violência gratuita que fizeram com meu irmão”, disse Luy. “O Kássio era uma pessoa de diálogo e de paz, nunca foi agressivo com ninguém” completou o irmão.

O irmão do professor lembrou, ainda, a morte do pai, assassinado a facadas em janeiro. “ Serão duas datas marcantes para a família o dia 11 de janeiro e o dia 7 de dezembro” disse Luy se referindo aos dias em que o pai e o irmão foram assassinados. “Meu pai e meu irmão foram mortos da mesma forma estúpida sem possibilidade de defesa”, lamentou Luy.

O presidente do Sindicado das escolas particulares, Gilson Reis, acompanhou o enterro e prometeu anunciar nos próximos dias, um pacote de propostas do sindicato para inibir casos de violência contra professores. “Parte da educação foi assassinada com o Kássio, esperamos que uma atitude seja tomada para que novos óbitos não ocorram e esse caso não seja mais um na estatística de crimes impunes”, disse ele.

Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=104037

Estudantes e professores fazem manifestação no centro da capital contra morte de professor do Izabela Hendrix

DANIEL SILVEIRA / RAPHAEL RAMOS - OTEMPO online, 09 dez. 2010

Mesmo debaixo de chuva, professores e estudantes se reuniram na tarde desta quinta-feira (9) na Praça 7, no centro de Belo Horizonte, para manifestar contra o assassinato do professor Kássio Vinicius de Castro Gomes, morto a facadas no prédio do Izabela Hendrix. Com faixas, cartazes e panfletos, eles cobram justiça providências contra a falta de segurança nas instituições de ensino.

Os manifestantes se concentraram no quarteirão fechado da Praça 7. De acordo com o Batalhão de Policiamento de Trânsito da Capital (CPTrans), cerca de 200 pessoas participaram do protesto, que ocorreu de forma pacífica. Em nenhum momento o trânsito no cruzamento das avenidas Amazonas e Afonso Pena foi interrompido pela manifestação, segundo o CPTrans.
Faixas e cartazes homenageavam Kássio e cobravam Justiça. Os manifestantes distribuíram aos transeuntes fitinhas, como aquelas do Senhor do Bonfim, com mensagens de paz. O Sindicato dos Professores de Minas Gerais também distribuiu panfletos denunciando os casos de violência praticados por alunos contra professores em escolas e faculdades. Da Praça 7 os manifestantes seguiram a pé em direção ao prédio do Izabela Hendrix, na rua da Bahia, no Lourdes, onde o professor foi assassinado. Durante o trajeto, feito em parte pela avenida João Pinheiro, pelo menos uma faixa de cada uma das vias ficou interditada, tumultuando o trânsito na região.

A manifestação também foi uma forma de demonstrar luto pela morte do professor, que tinha 39 anos, era formado em educação física e mestre em lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele foi atacado por um aluno de 23 anos no corredor da faculdade. Preso em casa horas depois, Amilton Loyola Caires Gomes confessou o crime e disse que era perseguido pelo docente. Segundo testemunhas, o motivo do crime seria o descontentamento do aluno pela nota baixa dada por Kássio a um trabalho acadêmico. Ao chegarem na porta da faculdade, os manifestantes esticaram uma lona preta em sinal de luto e cantaram em coro a música "Imagine", de John Lennon. O corpo do professor foi enterrado por volta das 14h40 no Cemitério Parque da Cachoeira em Betim, na Grande Belo Horizonte. O velório foi realizado desde o começo da noite dessa quarta-feira no Ginásio Esportivo Divino Braga, no mesmo município, e foi acompanhado por centenas de pessoas.

Um comentário:

  1. participei da manifestação... sou professora e estudante da metodista.
    parabéns pelo post... não podemos nos calar diante de tamanha violência.

    Estou te seguindo.

    Abraços

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