quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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Cartilha de combate ao bullying

O Conselho Nacional de Justiça lançou nesta quarta-feira (20) uma cartilha para ajudar pais e educadores a prevenir o problema do bullying nas suas comunidades e escolas

São Paulo

O Conselho Nacional de Justiça lançou nesta quarta-feira (20) uma cartilha para ajudar pais e educadores a prevenir o problema do bullying nas suas comunidades e escolas. O material está disponível gratuitamente na internet. A cartilha contém 15 tópicos que tratam desde a definição do bullying e suas manifestações, até como os pais e educadores podem lidar com os casos. Um dos temas ajuda a identificar se a criança está sofrendo o assédio a partir de seu comportamento em casa e na escola.

A publicação é de autoria da médica psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, que também escreveu o livro “Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” sobre o mesmo tema. O lançamento foi feito durante o seminário Projeto Justiça na Escola, que acontece esta semana na Escola de Magistratura Federal (ESMAF), em Brasília.

Fonte: UOL Educação


Mais...
Lançada cartilha sobre bullying

Mariana Laboissière, 21 out. 2010

A violência física e psicológica contra pessoas incapazes de se defender, fenômeno popularmente conhecido como bullying, está na mira da Justiça. Uma cartilha informativa lançada ontem, na capital, com o selo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visa orientar pais e educadores no combate ao problema, que se tornou uma verdadeira patologia no ambiente Escolar. O livreto de 14 páginas é de autoria da psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, que assina também o livro Bullying: mentes perigosas nas Escolas. A primeira edição é parte integrante do projeto Justiça nas Escolas e compõe uma série de ações cujo objetivo é aproximar o Judiciário e instituições de ensino do país na prevenção de problemas que afetam crianças e adolescentes.O texto é apresentado em forma de perguntas e respostas. Além da descrição do fenômeno e de suas diversas formas de manifestação, são elencadas as consequências e os meios de evitá-lo. Cerca de 46 mil exemplares da cartilha já estão sendo impressos para distribuição massiva em Escolas, fóruns, tribunais de Justiça e outros locais de grande movimentação de pessoas. Ela também se encontra disponível em ambiente eletrônico, no site do CNJ (www.cnj.jus.br).

“Estamos na Semana da Justiça nas Escolas, que é voltada a todos os atores do sistema de justiça e de Educação, no sentido de trazer questões não só relacionadas ao bullying como ao combate às drogas, evasão Escolar, afim de debatê-las e informar a sociedade”, explicou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Daniel Issler, na ocasião do lançamento da cartilha. “Um tema de importante discussão é a Justiça Restaurativa, que é uma das alternativas para tratar desses conflitos. Esse processo é diferente de uma solução meramente punitiva, restritiva do Estado”, completa.

Posicionamento

Issler acredita que a visão da sociedade esteja mudando com relação ao problema. “O bullying não pode ser tolerado. Eu entendo que a situação de um aluno ser ridicularizado por outro não é nova — sempre aconteceu, sempre vivenciamos ou tivemos conhecimento. Acontece que esse tipo de comportamento não está mais sendo aceito pelas pessoas. O nome propriamente dito veio para qualificar, identificar esse tipo de conduta e nos permite falar sobre ela, além de criar maneiras de lidar com essa questão, que é grave”, afirmou. “As consequências são muito fortes, entre elas, depressão e suicídio. Tem também a questão do prejuízo no rendimento Escolar e problemas de violência.”

O lançamento da cartilha ocorreu durante o seminário de lançamento do projeto Justiça na Escola. Na ocasião, foram realizadas palestras sobre diversos temas relacionados ao bullying. A escritora Ana Beatriz destacou o fato de o fenômeno não ser exclusivo ao ambiente Escolar. Segundo ela, trata-se de uma questão de saúde pública.

“Quando estamos falando no assunto, estamos defendendo uma sociedade menos violenta, porque esse é um tipo de violência. Mas, de certa forma, estamos restringindo-a ao território Escolar. De todo modo, o bullying tem algumas características: a agressão é repetitiva, intencional — ou seja, não é pra brincar, é pra maltratar. A vítima tem que estar, sempre, em uma posição desproporcional de força: normalmente é pessoa tímida, reservada. É importante observar ainda a relação com a evasão Escolar. Apesar de não haver uma estatística fixa, estudiosos vêm analisando os casos concretos que apontam para uma série de estados pscicosomáticos ligado à estada ou à ida para a Escola”, completou.

Há diferentes tipos de agressões que caracterizam o bullying. Elas podem ser verbais, físicas, psicológicas e morais, sexuais e virtuais ou ciyerbullying (realizadas por meio de ferramentas tecnológicas: celular, filmadoras, internet). “No caso da violência física, parte mais de pessoas do sexo masculino. Das meninas, tem origem nas intrigas e nas fofocas. Meninos homossexuais, desde muito cedo, sofrem assédio e até violência sexual nas Escolas. É muito mais comum do que a gente imagina”, atenta Ana Beatriz.

Candangos lideram

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2009, colocou o Distrito Federal no topo do ranking nacional em incidência de bullying entre alunos do 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série). Na ocasião, foram entrevistados estudantes das redes pública e particular de 6.780 instituições de ensino das 27 capitais da Federação. Do apanhado de candangos questionados, 37,6% assumiram sofrer ridicularizações dentro da Escola.

Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, a pesquisa não se aprofundou nas causas do transtorno. Ela salientou ainda que a diferença entre a segunda e terceira cidades colocadas (Belo Horizonte e Curitiba) não foi tão grande. Mesmo assim, a estudiosa acredita que Brasília tenha características que acabam influenciando a alta incidência. “Temos que entender que o bullying é um fenômeno de violência e lembrar que ele também é uma disputa de poder. É óbvio que todos os parâmetros de uma cidade e sociedade — e Brasília acaba representando o poder federal — podem ter relação com o fato”, opina. “Tudo que acontece aqui, seja em relação à impunidade, a quebra de regras ou a acidentes graves que atingem outras pessoas e ninguém é punido, pode estar relacionado ao fato de essas pessoas estarem perto do poder e acabarem sentindo que estão também amparadas pelas benesses do poder”, conclui.

TENTANDO ACORDOS

Programa de Justiça Restaurativa significa qualquer programa que use processos restaurativos e objetive atingir resultados restaurativos. Processos restaurativos são quaisquer processos em que vítima e ofensor, bem como demais outros indivíduos ou membros da comunidade que foram afetados pelo conflito em questão, participam ativamente na resolução das questões oriundas desse conflito, geralmente com a ajuda de um facilitador.

IDENTIFICAÇÃO

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar teve por objetivo conhecer e dimensionar os diversos fatores de risco e de proteção à saúde desse grupo, utilizando como referência para seleção da amostra o cadastro das Escolas públicas e privadas listadas no Censo Escolar 2007, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação — Inep/MEC.

Fonte: Correio Braziliense (DF)


E Mais...

Jovens podem ser punidos por prática de bullying em escolas

Prática bastante comum em Escolas e outros locais que reúne grupos de crianças e jovens, o bullying pode levar sérias complicações aos seus praticantes, mesmo sendo eles menores de idade

Robert Pedrosa, 21 out. 2010

Prática bastante comum em Escolas e outros locais que reúne grupos de crianças e jovens, o bullying pode levar sérias complicações aos seus praticantes, mesmo sendo eles menores de idade. A afirmação é da juíza Maria Luiza, titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, que está participando do projeto “Semana do Juiz na Escola”, juntamente com o juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude, Antônio Lopes.O evento, idealizado pelo Conselho Nacional de Justiça, consiste em palestras educativas que estão sendo realizadas ao longo dessa semana em colégios da rede estadual e municipal a partir do 5º ano do ensino fundamental. Os autores das palestras são os próprios juízes, que podem tratar de casos como esses quando o assunto bater à porta do judiciário. O CNJ lançou uma cartilha para orientar professores, pais e estudantes sobre o bullying.

Maria Luiza alerta que o bullying (que é a prática de ofender, zoar, ironizar o colega de classe ou do colégio) acontece em praticamente todas as Escolas do Piauí e geralmente traz conseqüências danosas às vítimas. “O primeiro resultado é o baixo rendimento do aluno na sala de aula. O estudante também começa a faltar ao colégio, para evitar contato com os colegas que praticam o bullying contra ele”, afirma a magistrada.

As maiores vítimas do ato são crianças tímidas, retraídas, garotos com jeitos afeminados, meninas com jeito masculinizado, pessoas de religião diferente da maioria e as que se vestem diferente dos demais. “A gente explica que qualquer criança ou adolescente que for vítima disso deve comunicar imediatamente os pais e a direção da Escola para barrar que o bullying continue. Caso não resolva, aí a saída é procurar o Conselho Tutelar, a Delegacia do Menor ou ainda o Juizado da Infância e Adolescência”, orienta Maria Luiza.

Os jovens que praticam o bullying podem responder pelo ato, além de sua família, que sofrerá multas que variam de 2 a 20 salários mínimos. “Também terá medidas corretivas, tais como outros menores que praticam atos infracionais”, comenta a juíza. O Projeto “Semana do Juiz na Escola” teve seu início nos estabelecimentos estaduais; Unidade Escolar Dina Soares, Unidade Escolar Gabriel Ferreira, Unidade Escolar Anísio Teixeira, Unidade Escolar João Emílio Falcão Costa e na Unidade Escolar Edgar Tito pelo Juiz Antonio Lopes da 2ª Vara.

Fonte: Jornal O Dia (PI)


E ainda...

Estudantes desenvolvem projeto antibullying e reduzem casos em escola estadual do RS - Um projeto de conscientização desenvolvido por duas estudantes de ensino médio conseguiu reduzir os casos de bullying entre alunos da 5ª série do ensino fundamental

Desirèe Luíse, Novo Hamburgo (RS)

Um projeto de conscientização desenvolvido por duas estudantes de ensino médio da Escola Estadual Melvin Jones, de Caxias do Sul (RS), conseguiu reduzir os casos de bullying entre alunos da 5ª série do ensino fundamental. Segundo as jovens Edilene Antonelo Claudino e Maruska Guarda da Silva, que cursam o 2º ano no colégio, 40% dos casos de violência física e psicológica diminuíram após palestras ministradas por elas para 74 alunos de três turmas.

Os resultados do "Novo amanhã: projeto antibullying em turmas de 5ª série" podem ser vistos em estande da 25ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que acontece em Novo Hamburgo (RS), até sexta-feira (22/10). "Explicamos aos alunos o que era e como acontece para que não continue esse ciclo vicioso que é a prática do bullying. Escolhemos crianças da 5ª série para aplicar o projeto, porque elas estão na transição da infância para a adolescência, período em que ficam mais sujeitas às práticas violentas. Por exemplo, a voz dos meninos muda e as meninas engordam, virando motivo de brincadeiras agressivas", pontua Edilene.

Com a ajuda de teatro de bonecos, as meninas fizeram com que os alunos reconhecessem as ações de bullying – atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa - ou grupo de pessoas - incapaz de se defender. Elas constataram que muitos não sabiam do que se tratava por meio de uma pesquisa feita antes e depois das explicações. Para a pergunta "você já sofreu bullying?", 26% responderam que sim, enquanto quase 72% disseram que não, antes de ouvirem a palestra das jovens. Após a apresentação, 55% revelaram já terem sofrido bullying e 43% responderam negativamente.

Além das palestras para os alunos, as estudantes realizaram encontros com os pais e professores da escola. "Achamos importante trabalhar com eles para fazer um trabalho integral de conscientização", ressalta Edilene. "Mostramos os depoimentos que coletamos entre as crianças, que relataram, de forma anônima depois das palestras, as ações de bullying sofridas", completa. "Ficam me chamando de gago e se juntaram em três para me chutarem" foi um dos relatos obtidos. As palavras de outro garoto também demonstram a gravidade da situação: "Acho que já sofri. Meninas me chamam de nomes feios e se juntavam contra mim por meus defeitos. Sempre querem me bater, até que procurei meus pais e a escola e elas pararam um pouco. Mas, hoje ainda me chamam de apelidos que eu não gosto".

Segundo Edilene, mostrar aos pais os depoimentos dos filhos teve como objetivo alertá-los sobre o problema. "Não é coisa que vemos apenas na televisão, mas que acontece em nosso ambiente todo o dia", afirma.

Desinteresse dos pais

De acordo com as alunas, foi difícil trabalhar com os pais, pois inicialmente o nível de comparecimento na palestra foi baixo. Dos 74 alunos, compareceram apenas dois pais. Então, as alunas convidaram aqueles que cursam a Escola de Jovens e Adultos (EJA) para conseguirem disseminar as informações e dados obtidos com o projeto para um grupo maior.

"Depois da apresentação houve uma interação e os pais também contaram casos de agressão que sofreram quando mais novos. Já passamos por situações de bullying e não queremos que outros sofram com isso. Tivemos o apoio de nossas famílias, mas sabemos que muitas crianças não têm", diz Edilene. O assunto é considerado complexo pelas jovens pesquisadoras, já que grande parte das pessoas não sabe do que se trata e não se interessa. "Algumas até afirmam saber, mas têm a ideia de que o bullying é apenas agressão física. Não podem esquecer da violência psicológica", alerta.

Fonte: Portal Aprendiz - http://todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia

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