sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NOTÍCIAS...

Por racismo em escola, SP é condenado

Luciana Alvarez - 27 ago.2010

O descuido de uma professora da rede estadual de São Paulo na utilização de um texto com conteúdo racista em sala de aula levou o Tribunal de Justiça de São Paulo a condenar o governo do Estado a pagar uma indenização de R$ 20,4 mil por danos morais à família de um estudante. A sentença foi dada no dia 10 e cabe recurso. A Procuradoria-Geral do Estado informou que ainda não sabe se vai recorrer da decisão.

Em 2002, uma professora da 2.ª série do ensino fundamental da Escola estadual Francisco de Assis, no Ipiranga, em São Paulo, passou uma atividade baseada no texto Uma Família Colorida, escrito por uma ex-aluna do colégio. Na redação, cada personagem era representado por uma cor. O "homem mau" da história, que tentava roubar as crianças da família, era negro. Durante o julgamento, a secretaria alegou que não houve má-fé ou dolo na ação da professora, mas o juiz entendeu que ainda assim se configurou uma situação de racismo. "Todavia, a atividade aplicada não guarda compatibilidade com o princípio constitucional de repúdio ao racismo", afirma a sentença.

Depois da atividade, o garoto, que é negro e na época tinha 7 anos, passou a apresentar problemas de relacionamento e queda na produtividade Escolar. O menino, que não teve a identidade divulgada, acabou sendo transferido de colégio. Laudos técnicos apontam que ele desenvolveu um quadro de fobia em relação ao ambiente Escolar.

Pena.
A sentença, de um juiz da 5.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, diz que houve dano moral por conta da situação de discriminação a que a criança e seus pais foram expostos. O valor fixado corresponde a 20 salários mínimos para o aluno e 10 salários mínimos para cada um dos pais. O pedido de danos materiais foi negado por falta de comprovação. A solicitação de recolhimento do livro que continha o texto foi desconsiderada, pois a rede não usa o material.

PARA LEMBRAR

Em 2007, uma pesquisa da Unesco mostrou que o racismo afeta o desempenho Escolar de negros no Brasil. A média dos brancos no 3.º ano do ensino médio é 22,4 pontos mais alta que dos negros (na escala de 100 a 500 do Saeb). Mesmo quando se leva em consideração a classe social, as diferenças se mantêm. Na classe A, 10,3% dos brancos tiveram avaliação crítica e muito crítica no Saeb. Entre os negros, foram 23,4%.

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

DICA PARA O FIM DE SEMANA...

Cinema: ELEFANTE
por Lúcio Alves de Barros

A longametragem "Elefante" mostra a latente violência existente em uma escola localizada no subúrbio de Portland (estado norte-americano de Oregon). A pequena e pacata cidade é tomada, em primeiro, pela agressividade e depois pela violência e criminalidade aberta. É sempre assim, de onde menos se espera acontece alguma coisa. O filme de Gus Van Sant tem por fundamento os mesmos argumentos que "Tiros em Columbine" do polêmico Michael Moore. A narrativa explora os acontecimentos que resultaram no assassinato de 14 jovens e um professor em Columbine High School (em 1999) por dois estudantes. Dois estudantes que antes "normais" se enfurecem diante da vida e projetam nos amigos(as) as angústias da existência. É perigoso diminuir a grande magnitude do filme nestas poucas palavras, mas o longametragem de Gus Van Sant é quase romântico e não segue o mesmo caminho do documentário de "Tiros e Columbine". Sob outra perspectiva, também não o chamaria de "drama", mas de um filme realista que revela os bastidores da escola, notadamente, da vida dos estudantes que, de uma forma ou de outra, estavam ligados à tragédia. A narrativa do autor, contudo, se revela instigante, pois revela o mal-estar destes tempos modernos e como é difícil entender a teia de relações nas quais os estudantes estão sempre a perambular neste grande espaço de ilusão e desencantamento que se tornou a sociedade excludente do mercado. Talvez mais que isso, sem sensacionalismo e com uma velocidade diferente das imagens comuns do cinema norte-americano, o cineasta joga um balde de água fria nas vidas esquecidas dos adolescentes e jovens que estão a entrar na guerra de todos contra todos. Os jovens descartáveis de Gus Van tocam o espírito de quem ainda acredita no prazer desmedido, nas coisas fúteis, na vida baseada nas aparências, no supérfluo e no cotidiano cheio de compras e mais compras do “American way of life”. Vela à pena assistir.

Gênero: Drama
Duração: 81 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2003
Diretor: Gus Van Sant
Distribuidora: HBO Films

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

DA INFORMAÇÃO PARA A AÇÃO...


NOTÍCIAS...

Professores de escolas públicas do Rio se queixam da falta de segurança nas escolas

Rio – A precariedade nas condições de trabalho e de segurança nas escolas são as principais queixas dos profissionais da rede pública de ensino do Rio de Janeiro. Para orientar a categoria sobre como agir em casos de violência nas escolas, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) lançou nesta quarta-feira uma cartilha, preparada desde o mês de maio, com medidas a serem adotadas esses casos.

Durante o seminário A Violência nas Escolas, promovido pelo Sepe, profissionais da rede pública de ensino acusaram os governos de ameaçar professores e diretores que se queixam com descontos em folha ou transferências de unidade.

“As coordenadorias regionais fazem pressão sobre as direções de escola com ameaças de perda de cargo. Os diretores, por sua vez, fazem pressão sobre os profissionais. Até o ano passado, nos casos de professores que sofreram violência, a solução era afastar o professor e mandá-lo para outra escola”, disse a diretora do Sepe, Edna Félix.

De acordo com ela, o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma legislação importante, mas está sendo usado contra o profissional de educação e tem ajudado a calar o professor, mantendo a impunidade dos alunos e dos pais de alunos que agridem os profissionais.

Edna Felix afirmou que o sindicato prepara para esta quinta-feira uma paralisação e espera chamar a atenção da sociedade sobre o problema.

A Secretaria de Estado de Educação afirmou, em nota, que “não vai se pronunciar a respeito do comentário do Sepe”. “Sobre o tema violência nas escolas, é importante ressaltar que a secretaria tem trabalhado para prevenir atos que coloquem alunos em situação de risco social. Alguns projetos desenvolvidos passam transversalmente pelo tema, visando a estimular uma cultura de paz entre professores, crianças, adolescentes e jovens”, destaca a nota.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Educação do município do Rio do Janeiro não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.


Fonte: 25 ago. 2010 -
http://odia.terra.com.br/portal/educacao/

terça-feira, 24 de agosto de 2010

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: o desrespeito é inaceitável; a compreensão, fundamental

por Tatiana Serra, 24 ago. 2010

Para entender e identificar as razões da violência nas escolas, é preciso entender primeiro a sociedade em que ela se encontra. Todos os aspectos, sejam eles históricos, econômicos e culturais, tudo deve ser considerado para que se compreenda um comportamento violento. A miséria, a falta de instrução, a desestrutura familiar, a falta de limites, o excesso de consumo, manifestações de agressividade e injustiça dentro e fora de casa... Essas e outras situações motivam a violência em muitos indivíduos. Por outro lado, há quem use as dificuldades como motivação para uma vida melhor.

Pode ser mesmo que na vida haja apenas uma escolha entre duas opções: vencer ou perder. Porém, numa situação de violência, não há vencedores ou perdedores; todos saem prejudicados. Mesmo assim, cresce o número de casos de violência em todos os meios sociais, e um ambiente escolar cada vez mais violento é “apenas” reflexo disso.

Casos de violência

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro - Sepe, só em 2010 pelo menos um caso grave a cada mês vem sendo divulgado pelos meios de comunicação – e outros tantos não são divulgados. Segundo o Sepe, a falta de profissionais nas escolas e o número excessivo de alunos só agravam a violência. E já chegou ao ponto de algumas escolas suspenderem o horário de recreio por não haver profissionais que orientem os alunos nestes horários. O número de educadores só tende a cair, pois, além da falta de remuneração adequada e outros fatores, os muitos episódios de violência têm levado professores a desistir do magistério.

Em junho deste ano, uma professora do município do Rio de Janeiro, com mais de 40 anos de magistério, teve um dedo da mão quebrado após ser agredida por um aluno dentro da sala de aula. Também no Rio, uma professora foi espancada por uma mãe de aluno ao chegar à escola. Depois da agressão, ela não conseguia mais voltar para a sala de aula e ficou afastada por seis meses em tratamento. A professora disse que já havia sido ameaçada há cinco anos pela mãe do aluno, o qual levara conceito R (regular) e que a direção da escola sabia e nada fez.

Infelizmente, a violência vem crescendo nas instituições de ensino de todo o Brasil. Em maio deste ano, o cenário violento foi uma escola do município de Jaguarão, no Rio Grande do Sul. O estudante foi repreendido pela professora porque estava atirando frutos de cinamomo (tóxicos e do tamanho de uma bola de gude) em outra criança e se revoltou contra ela, passando a agredi-la com tapas nos braços e nos ombros. Os pais do estudante foram condenados a pagar R$ 2 mil de indenização à educadora por danos morais. Além disso, não podemos esquecer que muitas vezes os chamados “mestres” também protagonizam episódios violentos e silenciosos, confundindo ou abusando de seu “poder” ao agredir alunos com palavras e até fisicamente.

Os papéis da família e da escola

Para superar a crescente violência escolar é preciso que a sociedade se organize. Seria isso utopia? Teriam a família e a escola desistido de educar? O indivíduo se forma a partir de diversas influências, mas a família deve ser sempre a base de seus principais valores. Em seguida, vem a escola, que, quando necessário, recompõe valores deteriorados e ajuda a preparar o indivíduo para a vida. Entendendo o professor como referência fundamental para alunos e seus familiares, pergunta-se: onde foi parar o respeito ao “mestre”?

A escola é reflexo de uma sociedade, e o que vemos dentro dela pode-se dizer que é exatamente o mesmo que se encontra nas ruas ou dentro de casa. Muda-se o ambiente, mas os personagens são os mesmos. Aliás, a falta de estrutura das instituições é apontada como uma das causas de violência no ambiente escolar. Para que isso se modifique, um dos passos seria a união entre escola, alunos e pais. O desrespeito é inaceitável, mas é papel do profissional da educação refletir sobre essa crescente violência e exercitar a compreensão sobre o que está por trás disso. Afinal, tudo que se passa no ambiente escolar deve ser entendido como relevante à educação do indivíduo.

É importante ressaltar que é do profissional da educação que se espera o limite entre as relações interescolares, assim como é dos pais que se imagina virem os limites dentro de casa (como um ensaio do que se espera existir nas relações fora de casa). Além disso, teoricamente, sabe-se que uma relação deve ser baseada na confiança. Mas o quanto educadores, pais e alunos têm confiado uns nos outros? É preciso conquistar o filho e/ou o aluno nas pequenas atitudes, abrindo espaço para que ele se coloque, expondo suas ideias, dúvidas e conflitos. Assim, e aos poucos, vai se estabelecendo uma relação de confiança em que a criança e o adolescente encontram proteção e conforto para se abrir e denunciar inclusive atos de violência sofridos, vivenciados ou protagonizados por eles.

O que pode ser feito para garantir a harmonia entre estudantes e docentes depois de um caso de agressão? Foi essa a pergunta feita pelo JB online no último dia 25 de abril à professora Leila Cury Tardivo, que leciona Psicologia Clínica na USP. Ela reforça a importância de ouvir o estudante e aponta que o maior erro é fingir que nada aconteceu. "O ideal é ter um espaço de discussão, mas sem tentar dar lições de moral e bronca, pois adolescente não curte isso", diz Leila. "Também é importante criar meios de o estudante poder falar de sua angústia, dor e medo para evitar esses episódios".

Muito se questiona se os episódios violentos devem ser tratados como casos de polícia. Segundo Leila, “o melhor é não usar punições extremas, pois eles (os alunos) não são criminosos". Ela recomenda ainda que os alunos diretamente envolvidos sejam responsabilizados pelo que fizeram e, se possível, que reparem o dano feito ao bem público. "O estudante precisa saber que seus atos têm consequências", afirma a docente da USP.

Aos profissionais que sofrem com a violência em sala de aula, Leila Tardivo orienta a conversa com alunos e responsáveis e a organização de mutirões para consertar o que for possível: "é típico da adolescência funcionar mais pela ação do que pela palavra. Então, é uma boa ideia substituir o fazer destrutivo por uma ação construtiva".

Lidando com a violência

Motivado pelos muitos casos de violência que vêm ocorrendo no país e, especialmente, no Rio de Janeiro, o Sepe lançará uma cartilha sobre a violência no ambiente escolar e suas consequências durante o seminário Violência nas escolas, no dia 25 de agosto, na UERJ. Com orientações e propostas para a melhoria da relação entre escola e aluno, esse material surge como um apoio aos profissionais que lidam ou possam vir a lidar com a violência em sala de aula. A seguir estão alguns tópicos abordados na cartilha:

• Alunos com problemas de aprendizagem: quem não consegue acompanhar o conteúdo trabalhado em sala muitas vezes torna-se um aluno com problemas comportamentais. É preciso que haja profissionais especializados que possam detectar e trabalhar, junto com os alunos, suas dificuldades;

• Que postura a escola deve ter diante dos problemas de violência;

• Medidas propostas para casos de agressões físicas;

• O que fazer diante de momentos de conflito na área da escola.

O fórum "Discutindo" há duas discussões sobre o tema. Apresente lá suas opiniões! [ou aqui, em nossos comentários]

• Como os professores podem enfrentar a violência na escola?

• O que poderíamos fazer quanto à violência na escola?

Outras matérias interessantes...

• A neurociência da pacificação: deixar a violência para trás e conviver em ambiente de paz faz o cérebro mudar: a calma ativa o crescimento, o aprendizado e a saúde.

• Bullying na escola: as muitas faces da agressividade, publicado aqui, na revista Educação Pública.

• Discutindo a agressão nos colégios – entrevista com o pediatra Aramis Lopes Neto, também publicada na revista Educação Pública.

Fonte:
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/0419.html

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Mais de 200 municípios não receberão livros didáticos em 2011

24 ago. 2010 - DA REDAÇÃO

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) realizou um levantamento que aponta que 219 municípios brasileiros não aderiram ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e não receberão livros didáticos doados pelo governo federal para o próximo ano letivo. Outros três fizeram inscrição após o prazo estipulado, que era até 30 de junho, e também não serão beneficiados no próximo ano.

O total de adesões foi de 96% das prefeituras, governos estaduais e escolas federais do país. As instituições que ficaram de fora ainda podem aderir, mas só receberão os livros em 2012. Essa foi a primeira vez que o programa exigiu a assinatura do termo de adesão. Por meio do Programa, os municípios recebem livros didáticos de várias disciplinas, para todos os alunos da educação básica.

A cada três anos, há o envio de material para um nível de ensino, além da reposição dos livros sem condições de uso. Em 2011 serão enviados livros aos estudantes do 6º ao 8º ano, e, em 2012, as obras serão encaminhadas aos alunos do ensino médio.As escolas não têm custos com o programa, que é bancado pelo Governo Federal. A única contrapartida do município é garantir que os livros cheguem aos alunos e professores.

Fonte: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=91896

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Duas escolas da rede municipal podem ser interditadas pelo MP

SÃO LUÍS, 22 ago. 2010

A interdição limita-se a duas Escolas da área Itaqui-Bacanga - Unidade Integrada Ministro Carlos Madeira e Unidade de Educação Básica João Alberto

O Ministério Público Estadual (MP), por meio da promotoria de Justiça da Educação, vai pedir a interdição de duas Escolas da rede municipal de ensino. A decisão do promotor Paulo Silvestre Avelar está baseada em informações obtidas durante as inspeções realizadas em Escolas municipais pelo MP e da Vigilância Sanitária nos meses de abril e maio deste ano, nas quais foram constatadas as péssimas condições das instalações das unidades Escolares. A interdição limita-se a duas Escolas da área Itaqui-Bacanga - Unidade Integrada Ministro Carlos Madeira e Unidade de Educação Básica João Alberto.

Esta semana – dois meses depois da inspeção do MP e da Vigilância Sanitária –, O Estado percorreu algumas Escolas que, segundo o promotor Paulo Avelar, não ofereciam as mínimas condições de ensino e verificou que nada foi feito para resolver os problemas apontados durante a vistoria. Nos bairros Vila Nova e Anjo da Guarda, estavam algumas das piores situações. O prédio onde funciona um dos anexos da UI Ministro Carlos Madeira é cedido pela Fundação Comunitária Educacional e Assistencial do Bairro Vila Nova (Funelva) e há pelo menos cinco anos não recebe nem pintura. “Quando precisamos fazer alguma reforma, rateamos o valor para comprar, porque a Prefeitura não manda nada”, afirmou uma das professoras, que pediu para não ser identificada.

Na zona rural de São Luís, a sensação de esquecimento do poder público é maior, como relatou a mãe de um dos 300 alunos do anexo da UEB Evandro Bessa, na Vila Samara. Maria das Dores Palavra, de 37 anos, tem uma filha, de 7 anos, estudando no anexo que funciona no mesmo prédio da União de Moradores da Vila Samara e, indignada, protestou contra o descaso da Prefeitura com a Escola. “Não tem cadeira adequada. Quando chove, as salas ficam molhadas e as crianças bebem água da torneira”, afirmou.

Durante a inspeção do MP no local, no dia 9 de abril, as técnicas viram o descalabro cometido pela administração municipal. Crianças de 3 a 9 anos assistiam às aulas em um galpão dividido por tapumes. Na época, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de São Luís informou que equipes técnicas seriam enviadas ao local para resolver a situação da falta de água, dos banheiros e da infra-estrutura do prédio. Quatro meses depois, a situação continua a mesma. “Dois dias depois da inspeção a Secretaria Municipal deEducação [Semed] mandou técnicos que mediram o terreno e disseram que seria construída uma cisterna e uma fossa, mas nenhuma promessa foi cumprida”, reclamou uma professora. “Chegaram a falar até em disponibilizar transporte Escolar para levar as crianças para a sede da UEB Evandro Bessa, e também não cumpriram”, completou Maria das Dores Palavra.

Mais...

O relatório completo com todo levantamento das informações obtidas durante as inspeções do MP e da Vigilância Sanitária serão divulgados no dia 15 de setembro. Após a entrega do documento à secretária de Educação do município, Sueli Tonial, o promotor Paulo Avelar espera que sejam tomadas providências nos casos onde não é necessária a interdição.

Reclamação

Os salários atrasados são outra reclamação recorrente. O Estado manteve contato com a Semed no dia 19 de maio, e uma pessoa identificada apenas como “Jaqueline” disse não saber quando os vencimentos dos professores contratados seriam regularizados. De acordo com uma professora que leciona no anexo da UEB Evandro Bessa, já são dois meses de atraso dos funcionários que recebem pela cooperativa Multicooper. No mesmo dia, em contato com o presidente da cooperativa Mariano Rangel, a informação era de que os salários dos cooperados são pagos na mesma data em que é feito o repasse da Prefeitura de São Luís e esta seria a causa do atraso.

Violência leva professora a pedir transferência de Escola

Entre todos os professores e funcionários ouvidos em Escolas visitadas por O Estado, a única que aceitou ter sua identidade revelada foi Eugênia Diniz. Sua justificativa é motivada pela profunda angústia que tem em continuar lecionando no Anexo da UEB professor Luís Rêgo, na Vila Itamar. Ela mora no Monte Castelo e suas reclamações vão desde a estrutura da Escola onde trabalha, até o horário de saída dos ônibus. “Já encontramos até camisinhas e esperma sobre as mesas da sala de aula, depois de um fim de semana.

A limpeza é feita por apenas duas funcionárias, e quando a Prefeitura atrasa um dia no pagamento, o dono do prédio tranca o portão e não deixa ninguém entrar”, contou. Um episódio em específico fez com que a professora se indignasse. Depois de deixar umaluno fazendo suas tarefas em sala de aula, por 10 minutos além do horário normal, o pai da criança entrou na Escola e perguntou onde seu filho estava. Ao relatar o ocorrido ao responsável, Eugênia disse que ele começou a xingá-la. Muito alterado, segundo contou, o pai da criança quase a agrediu. “Se não fosse o Aprígio [porteiro da Escola], ele certamente teria me batido”, disse. Com medo e revoltada com a situação e o descaso, a professora disse que já solicitou a mudança de local de trabalho na Semed.

Fonte: O Estado do Maranhão (MA). In: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/10025/duas-escolas-da-rede-municipal-podem-ser-interditadas-pelo-mp

domingo, 22 de agosto de 2010

CENSO E EDUCAÇÃO


2. ENQUETE [Arquivo]

O que você mais gosta de ver em nosso blog?

  • Notícias 30% (9 votos);
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  • Outros 13% (4 votos);
Total de votos = 30.

Data e hora do fechamento da enquete: 22 ago. 2010, 13:34hrs.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

VIII JORNADA INTERNACIONAL SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS

Uerj recebe VIII Jornada Internacional sobre a Violência contra as Crianças

Rio -
O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) do Instituto de Psicologia da Universidade estadual do Rio de Janeiro (Uerj) promoverá, nos dias 16 e 17 de setembro, das 9h às 18h, a VIII Jornada Internacional sobre a Violência contra as Crianças - Teoria e Prática.

O evento faz parte do Projeto de Capacitação e Treinamento para o trabalho com crianças vítimas de violência e será realizado no 9° andar, Auditório 91 - Pavilhão Reitor João Lyra Filho. As inscrições poderão ser feitas na sala 10.026 - Bloco E - às terças, quartas e quintas-feiras, a partir das 10h e também no primeiro dia do evento.

Fonte: JORNAL O DIA - http://odia.terra.com.br/

REPORTAGEM: drogas e violência

por Ivone Stefania Ponczek*

Rio - Dois recentes episódios chocantes e violentos relacionados ao uso de drogas foram noticiados pela mídia: o rapaz que esfaqueou os pais e a adolescente, a avó. Há tendência a se estabelecer relação linear entre uso de drogas e violência e vice- versa.

Apesar de a droga e de as crises de abstinência poderem atiçar condutas violentas, essa correlação não é tão simplista e linear. Não podemos avaliar casos sem conhecer suas histórias e seu contexto. Muito se fala sobre a violência doméstica, da palmada ao espancamento letal, do abuso sexual contra crianças e adolescentes, da prostituição infantil, dos homicídios familiares e de outras tantas questões dramáticas. Pouco se fala do silêncio e do cala-boca que não permitem que crianças e adolescentes tenham sua palavra ouvida, legitimada.

Não raro, meninas vítimas de abuso de pais, irmãos ou padrastos são desmentidas (termo usado pelo psicanalista Sandor Ferenzi) pelas próprias mães e parenetes. Em uma novela, uma adolescente é punida por querer saber quem é seu pai.

O desmatamento atinge também as árvores genealógicas de jovens com famílias desestruturadas e frequentemente inexistentes, marcados pelo desamparso. A lei e a autoridade justas e éticas faliram. Pais, professores e políticos não são modelo de identificação e internalização de valores. Roubar, matar, jogar filhos pela janela, filhos matarem pais, são fatos que chocam a opinião pública, mas que se repetem talvez porque haja “um grito parado no ar” de uma crise moral mais ampla.

Que a droga é problema sério, não há dúvida, mas cabe perguntar porque se usa drogas, por que crianças e jovens são vítimas de drogas, principalmente do crack, obscurecendo suas mentes e atacando seus frágeis corpos.
____
* Diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Uerj)

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/conexaoleitor/html/2010/8/

PESQUISA [Notícias]

Ensino Fundamental: pesquisa mostra principais preocupações de alunos e professores

por ANGÉLICA PAULO

Rio - Aulas mais diversificadas, maior quantidade de aulas de reforço, ambiente escolar limpo e conservado, computadores com acesso à internet. Esses foram os principais itens observados durante pesquisa realizada com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental da rede municipal e que teve como objetivo ouvir a opinião da escola sobre os desafios do segundo segmento. Além dos alunos, professores e diretores de 40 escolas do município do Rio também foram ouvidos. O diferencial, desta vez, foram os entrevistadores: 120 alunos (3 por escola) de 8º e 9º anos, também do Ensino Fundamental, que receberam treinamento especial para realizar o trabalho, batizado de Megafone na Escola, parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Desiderata.

Considerado um dos maiores desafios educacionais no município do Rio, o segundo segmento do ensino fundamental vem apresentando resultados insatisfatórios na Prova Brasil, de acordo com a secretária de Educação do município, Claudia Costin. Em 2005, os alunos de 6º ao 9º anos tiveram média 4,71. Em 2007, o indice diminuiu, passando para 4,60. Já em 2009, a média voltou a aumentar, chegando a 4,88, de acordo com a secretária. Esse resultado, porém, ainda está aquém do esperado em um município que possui 986 escolas de Ensino Fundamental, sendo 405 de segundo segmento, onde estudam 249 mil alunos

"A nota do primeiro segmento do ensino fundamental disparou ana Prova Brasil. O segundo segmento também cresceu, mas a melhora foi menor", afirmou. "Este é um gargalo presente no país inteiro, mas no Rio de Janeiro é onde temos os maiores desafios".

A pesquisa apontou que 29% dos alunos entrevistados acreditam que o valor mais importante para que a escola se torne um lugar melhor para estudar é a conservação do local. Os resultados também mostram como os adolescentes estão cada vez mais ligados ao mundo digital. Para 24,4% dos entrevistados, a escola ideal é aquela que possui computadores conectados a internet, enquanto 18, 5% acreditam que mais espaços para a prática de esportes fariam da escola um ambiente melhor para os estudos.

Já para os professores, a melhor escola é aquela onde a participação dos pais é maior, acompanhando a vida escolar dos filhos e interagindo no próprio dia a dia da escola. As regras de convivência entre os alunos foram o segundo item mais importante apontado pela pesquisa, com 28,2%, mostrando que o bom relacionamento é vital para as aulas. Pontos como mais contato com a diretoria, mais espaço para a prática de esportes e melhor conservação do espaço também foram considerados relevantes pelos professores.

"Essa pesquisa é importante para que os próprios alunos possam ter a noção do que eles podem fazer para melhorar as condições do local onde estudam. E também para compreender que os professores precisam de sua colaboração para tornar as aulas mais produtivas", analisa a pedagoga Aline Feijó. "Com o resultado, os alunos vão mostrar aos pais que a participação deles é fundamental".

Quando o assunto são as aulas, a opinião de alunos e professores é bem diferente. Os estudantes consideram que, apesar da maioria dos professores ensinar bem a matéria, os mesmos não têm prazer com o que fazem. Outro dado que chama atenção é o fato de que mais da metade dos alunos entrevistados não se sente à vontade para tiras as dúvidas com os professores em sala de aula. Já para os professores, o principal problema em sala é que a maioria dos alunos não se esforça para aprender as matérias (42%), apesar do tempo que passam para preparar aulas e corrigir as provas.

As divergências de opinião só cessam quando as perguntas são direcionadas para a transição entre o primeiro e o segundo segmentos: 43% de alunos e professores acreditam que os estudantes tinham mais facilidade no 5º ano. Um dos motivos é o aumento do número de matérias e professores especializados. Além disso, as mudanças dos próprios alunos, que estão passando da infäncia para a adolescëncia, também é fator que influencia na qualidade do ensino.

"Respeitar as características dos alunos é fundamental para o bom andamento do segundo segmento. O adolescente possui seus próprios códigos, sua própria linguagem e suas próprias referëncias. E o professor, se quiser conquistar a simpatia do aluno, precisa conducer - e até participar - desse universo, se quiser uma boa participação em sala de aula. Mas o aluno também deve se esforçar para aprender. Essa deve ser uma experiëncia conjunta", completa Aline Feijó.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CONSCIÊNCIA E POLÍTICA

por Wanderlúcia Welerson Sott Meyer, professora e psicóloga

Chegam a me dar náuseas as palavras e promessas que escuto em períodos eleitorais. Não sou nenhuma especialista em política, mas, sinto-me ofendida com tantos discursos elaborados, feitos para ludibriar e confundir o eleitor. Gestos, palavras e frases feitas que são cuidadosamente pensadas para acreditarmos no impossível, a postura honesta e íntegra de representantes legítimos.

O que talvez mais nos angustie é a visão de que antes acreditávamos em mudanças e lutávamos por elas, atualmente, nos “acostumamos” a rir e fazer piadas de uma situação imoral, onde a honestidade pode ser traduzida em montagens muito bem elaboradas que têm o objetivo de forma opiniões a respeito de pessoas que nem sempre dizem o que querem dizer.

Quantas inverdades, quanta ofensa quando candidatos proferem palavras de deveres como se favores estivessem fazendo. Salários que nos ofendem e, duvido que se esses Senhores e Senhoras, não vislumbrassem o enriquecimento através da política e se, o exercício de cargos públicos não fosse tão bem remunerado, teríamos tantos candidatos.

Os mesmos discursos tão distantes das práticas usurpadoras e individualistas de pessoas que dizem representar o povo. Não quero ver nem ouvir aquilo que não farão, não quero ser cúmplice de descompromissos, onde pessoas que se comprometem com o povo, exercem o poder público sem nenhuma dignidade.

Onde estão os bons, íntegros e verdadeiros políticos? Preciso acreditar que existam!

Faço parte de uma geração que alimentava de ideais e ideias. Não aceitávamos discursos demagogos, nossos candidatos de então falavam a nossa língua. Existiam partidos políticos definidos, posturas. Não se trocava de Partido como quem troca de roupa de acordo com a “estação”, de acordo com os interesses individuais que sobressaem aos interesses públicos.

Acreditávamos na integridade dos discursos que expressavam verdades e inspiravam a esperança.

Recuso-me a ver falsos sorrisos de bondade que depois se transformam em deboche. Não suporto mais ouvir discursos que não condizem com as ações. Parecem mesmo fantoches que apenas dizem o que lhes falam, com um só interesse, seu próprio interesse.

Hoje, me parece que vendo um programa eleitoral, antes de sentir-me esclarecida e informada, sinto-me induzida à alienação. E preciso acreditar, pois tenho família, filhos... Não espero heróis, não precisamos deles, todos somos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A EDUCAÇÃO É UM DIREITO


1 - A educação é um direito. A privação desse direito em alguma das suas dimensões, como o padrão de qualidade, tem consequências imediatas e remotas, ao longo de toda a vida, porém a maior parte delas palpável, que pode ser definida.

2 - Se esse direito é subtraído de alguém, haverá responsáveis por atos e omissões.

3 - Se existem responsáveis, eles devem ter os seus atos e omissões tipificados clara e concretamente e, assim, penalizados. Naturalmente, antes de lesarem o direito devem estar conscientes das suas consequências. E, mais importante ainda, além de serem penalizados, cabe ao Estado tomar as providências necessárias para restaurar esses direitos lesados. (GOMES, 2008, p. 11)

GOMES, Cândido Alberto. Fundamentos de uma Lei de Responsabilidade Educacional. Série Debates, X, Brasília : Unesco, 2008, p. 1-20.

Um bom debate sobre esta temática pode ser encontrada em Cury, Carlos Roberto Jamil. Por um Sistema Nacional de Educação. São Paulo: Moderna, 2010.

RESPOSTA à notícia "Desafio na educação"

Belo Horizonte, 17 de agosto de 2010

Ressaltamos o comentário de "soseducaopblica" sobre os desafios na educação que trata do curso levado a efeito para professores em Juiz de Fora sobre como lidar com a violência. Aproveitamos para agradecer a atenção e a iniciativa por contribuir para o debate:

soseducacaopublica disse...

"Apoio a iniciativa deste curso, entretanto o mesmo deve ser encarado como ação emergencial, e não definitiva para a solução do problema, pois a transferência para os docentes de responsabilidades que cabem a outros profissionais é preocupante. A sobrecarga em cima dos docentes, já atingiu a capacidade máxima e como a violência é mais um fator que agrava o estresse levando à sindrome de Bournout.

A legislação que regulamenta as instituições de educação, prevê a presença de psicólogos, entretanto a lei nem sempre é cumprida. Essa é mais uma questão a ser incluída na luta dos docentes. Não podemos compactuar com essa medida anti-ética colaborando com a prática mesquinha das autoridades que estão economizando na contratação de profissionais, enquanto gastam milhões com as multinacionais do setor de educação em projetos mirabolantes.

Lembrem-se que o dinheiro economizado não vai parar no contra-cheque do professor, o trabalho e a responsabilidade aumentam prejudicando o trabalho para o qual fomos contratados.

Já é tempo de dar um basta na exploração.

Graça Aguiar"
16 de agosto de 2010 13:16

sábado, 14 de agosto de 2010

DESAFIO NA EDUCAÇÃO [Notícias]

Professor se prepara para enfrentar violência

Jacqueline Silva, repórter - Juiz de Fora, 14 ago. 2010

Cento e vinte professores de 30 escolas da rede municipal de ensino iniciaram, nesta semana, um treinamento para desenvolver habilidades que os ajudem a lidar com a violência nas escolas. Este é o segundo ciclo do programa, que, diante da demanda crescente, já tem outra turma formada, com previsão de início em 2011. O objetivo é evitar que a situação fuja ao controle, já que a indisciplina, o vandalismo, a agressão física e verbal são apontados como alguns dos principais entraves da educação. O problema está relacionado com o adoecimento e o afastamento de professores das salas de aula e com o agravamento das dificuldades de aprendizagem. Episódios recentes - e recorrentes - de agressão a educadores e de brigas entre estudantes deixam claro que o quadro interfere negativamente na rotina do ensino. Desenvolvido pela ONG ProJuventude, em parceria com a Secretaria de Educação, o programa “Redução de violência na escolas” tem como proposta melhorar a qualidade das relações entre profissionais, estudantes e demais integrantes da comunidade escolar, o que acaba por refletir em benefícios também na convivência familiar e social.

“A escola está assumindo novos papéis; já não é apenas o espaço para transmissão de conhecimentos. Cada vez mais, os educadores são demandados nas áreas de psicologia e de assistência social. O ideal seria que cada colégio tivesse profissionais nestas especialidades, mas, enquanto isso não é possível, este tipo de capacitação nos ajuda a saber como agir em situações de conflito.” avalia Adriana Carapinha, diretora da Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, no Milho Branco, Zona Norte. Ela e outros 13 profissionais do colégio participaram do primeiro ciclo do curso no primeiro semestre. Conforme Adriana, uma abordagem desastrada durante um episódio de conflito pode agravar o estresse, e piorar a situação. “Atitudes extremadas são perigosas, mesmo quando a punição é necessária”, diz a diretora, que, nesta semana, precisou suspender um estudante que agrediu fisicamente um colega.

Coordenadora executiva da ONG, a psicóloga Cláudia Stumpf explica que as ferramentas oferecidas no programa, denominado Técnicas de Prevenção e Intervenção em Conflitos, ajudam a evitar novos incidentes. “A metodologia possui componentes sociais, pedagógicos e psicológicos. Além da parte teórica, oferece estudo de casos e simulações. A principal estratégia proposta é a intervenção verbal. Os profissionais se tornam capazes não somente de quebrar situações de estresse, como também de melhorar a autoestima e a autonomia dos estudantes.” Ela observa que quando o docente não tem habilidade para lidar com os conflitos, sente-se fragilizado. “A tendência é pedir desligamento do trabalho ou adoecer.” Em matéria publicada no dia 1º deste mês, a Tribuna destacou que quase 200 docentes da rede municipal de ensino estão afastados das salas de aulas, em caráter definitivo ou por períodos superiores a dois anos, devido ao adoecimento físico ou psicológico. Somente no primeiro semestre deste ano, 23 foram encaminhados para funções administrativas dentro ou fora do colégio.

Síndrome sinaliza exaustão de educadores

As dificuldades enfrentadas diariamente pelos professores dentro das escolas têm refletido no aumento dos casos da Síndrome de Burnout na categoria. A doença se caracteriza pelo esgotamento causado por situações relacionadas às atividades profissionais. O termo, que tem origem inglesa: burn = queimar e out = exterior, sugere que o portador deste tipo de estresse consome-se física e emocionalmente. “Ocorre uma espécie de desistência profissional, a pessoa não aguenta mais manter sua rotina de trabalho”, explica a gestora educacional Laís Gouveia Pires. Em sua pesquisa de doutorado, desenvolvida na Universidad Pablo de Olavide, na Espanha, ela estuda o acometimento dos professores de Juiz de Fora. Em fase inicial, o estudo ainda não aponta números ou detalhes.

No entanto, Laís informa que já identificou fatores que, somados, podem desencadear a síndrome. “A primeira causa é desvalorização profissional, tanto na questão financeira quanto no que se refere ao respeito e reconhecimento. Condições adversas no ambiente de trabalho e falta de recursos para exercer a função também contribuem para o adoecimento. O professor nem sempre tem acesso a computador em casa, nem tem tempo para ir a uma lan house, já que trabalha em período integral. Não dá mais para atingir o aluno apenas com quadro e giz.”

Conforme a pesquisadora, o cansaço físico é o primeiro sintoma e abre caminho para o estresse. “Começa com a frase: ‘ah, não estou com vontade de trabalhar’. Paralelamente, ocorre a somatização. A pessoa sente dores de cabeça, tensão muscular. Há um comprometimento emocional, que deixa o professor mais nervoso ou ‘de cara fechada’. Depois, ele não consegue mais criar, desenvolver seu trabalho, ainda que tenha competência para isso. Por fim, não vê sentido no que faz, fica completamente desmotivado.”

Quadros de tristeza e depressão podem surgir, associados a outras doenças, como a síndrome do pânico. “Logo no início das manifestações, o paciente deve buscar ajuda na área médica, seja com um psiquiatra ou outro especialista, que vai encaminhar o tratamento.” Laís avalia que, para vencer a síndrome, o profissional deve se tratar na parte emocional, cognitiva, física e espiritual.


Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/login/logar.php

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO + POLÍTICA...


NOTÍCIAS...

Estudante de 15 anos é detido com revólver em escola de Paraibuna, em SP

Publicada em 13 ago. 2010

SÃO PAULO - Um adolescente de 15 anos foi detido em uma escola de Paraibuna, a 128 quilômetros de São Paulo, com um revólver carregado e numeração raspada. Ele confessou ter comprado a arma para se proteger porque estaria sofrendo ameaças. A arma foi descoberta com o garoto depois que um professor desconfiou e acionou a Polícia.

- Numa mochila havia um revólver calibre 38, com numeração raspada, e com seis munições - afirmou o soldado Dinátio Silva.

O adolescentes acabou confessando à Polícia a posse da arma. Ele comprou o revólver calibre 38, com numeração raspada, por R$ 600. E disse que o usava para se proteger da violência. De acordo com o Conselho Tutelar de Paraibuna, este é o terceiro caso de violência neste ano na escola. Na semana passada, houve apreensão de drogas. Um outro aluno também teria sido agredido.

O jovem vai responder à infração em liberdade e deve se apresentar à Vara de Infância e Juventude. A Secretaria da Educação do estado informou que a escola vai tomar as medidas necessárias para melhorar a segurança.

Fonte: Jornal O GLOBO [http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/
]

NOTÍCIAS...

Estudantes ameaçam matar inspetor de colégio de Barra Mansa

Dicler de Mello e Souza, publicada em 13 ago. 2010

RIO - O delegado da 90ª DP, Georges Toth, tenta localizar, nesta sexta-feira, dois estudantes, de 16 e 17 anos, que ameaçaram matar o chefe de disciplina Eder Messias de Oliveira. Ele trabalha no Colégio Joaquim Maria da Silva, no bairro Jardim América, em Barra Mansa, no Sul Fluminense. Um dos jovens sugeriu ao colega que atirasse no pé de Eder com um revólver. O rapaz chegou a puxar o gatilho, mas desistiu de atirar. Segundo um policial, o funcionário teria chamado a atenção da dupla por conta de uma partida de futebol disputada em local proibido nas dependências da escola.

Também em Barra Mansa, a polícia registrou, nesta quinta-feira, o assassinato de Elton da Silva Júnior, de 17 anos. Ele foi morto com dois tiros na cabeça, em plena luz do dia, no bairro São Luiz, onde morava. Elton teve várias passagens pela polícia por assalto a mão armada na cidade. Já em Volta Redonda, a polícia investiga uma quadrilha integrada por menores que estaria praticando vários assaltos contra estudantes. Segundo testemunhas, dois comparsas ficam nas duas extremidades da Ponte Pequetito Amorim, que liga os bairros Aterrado e Niterói, e avisam aos outros do bando, por meio de sinais, os alvos a serem rendidos.

Nesta semana, a 93ª DP (Volta Redonda) registrou queixas de cinco estudantes, com idades entre 15 e 17 anos, que ficaram sem seus materiais escolares, tênis, aparelhos MP3 e celulares. Segundo a polícia, os menores infratores ameaçam jogar as vítimas no Rio Paraíba do Sul caso elas tentem reagir ao assalto.

Fonte: Jornal O GLOBO

NOTÍCIAS...

Cenas de agressão em escola de Sorocaba são divulgadas na internet

DA REDAÇÃO - portal@otempo.com.br

Uma briga entre estudantes de Sorocaba, no interior de São Paulo, causou indignação pela crueldade. Um estudante agrediu a colega de classe com um tapa no rosto, um chute e ainda atirou uma lixeira contra ela. Um dos colegas filmou as cenas e postou no site YouTube.

Nessa quinta-feira (12), ao ser informada do ocorrido, a Direção Regional de Ensino de Sorocaba informou não ter sido comunicada anteriormente e já solicitou que a escola preste esclarecimentos sobre o assunto. O estudante agressor foi punido com suspensão. O irmão da menina agredida também foi suspenso pois, ao saber do caso, bateu no agressor.

Fonte: Jornal O TEMPO, 13 ago. 2010
Obs.: As imagens podem ser vistas no YouTube

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O "TOQUE" PARA UMA ESCOLA PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE

Por Lúcio Alves de Barros*

Em lembrança dos 15 anos da "presença" de Florestan Fernandes (1920-1995)

Uma amiga, professora da rede pública na Bahia, sempre brinca quando alguém lhe pede um "toque". Diz ela, "quem dá toque é ginecologista". Infelizmente ela está errada porque já faz algum tempo que os proctologistas têm utilizado ostensivamente os dedos. Todavia, gostaria de usar a ideia do toque, com dedo ou sem dedo para "dar um toque" nos candidatos a presidente, governador e demais cargos da federação. O toque é simples porque tenho visto somente candidatos falando, falando, mas com tudo a desejar no campo em que o toque será inevitável. Não digo que os candidatos, notadamente à presidência, não saibam o que estão propondo. São pessoas inteligentes, capazes, tem experiência de vida e de governo. Eles, provavelmente, se não sabem deveriam saber do que pode ou não dar certo, mas não custa nada lembrar, "chover no molhado" e repetindo aos gritos talvez alguém escute.

O toque é o seguinte: defesa incondicional da escola pública, gratuita e de qualidade. Está aí o toque que penso ser profundo. Não vejo outra saída para esse país construído com base na exclusão, na violência, no autoritarismo e numa vergonhosa concentração de renda (o Brasil é o 3º país com pior distribuição de renda de acordo com o PNUD). Neste sentido, nada como explicar o que a maioria das pessoas já sabe: escola pública significa escola para todos. Não entendam mal, significa que todos, independentemente de cor, sexo, condições financeiras, cabelos encaracolados, com ou sem carro, com ou sem casa tem o direito inegociável de frequentar uma sala de aula. Os mais avisados vão falar que isto já é matéria constitucional, mas se nem os advogados tem o trabalho de ler a carta imaginem os candidatos. Neste caso, teimo na seguinte asserção: escola pública é para que todos possam aprender a não somente ler e a escrever. Escola é para auxiliar seres humanos a compreenderem o mundo tal como ele se apresenta. Trata-se de formar, informar e cuidar do ser humano para que ele seja capaz de - no mínimo - buscar e constituir sua autonomia. E que tenha, na ponta da língua, a capacidade de criticar, se defender, "colocar o dedo da ferida", apontar para o erro e reivindicar. Não acho bom essa ideia de "analfabeto funcional". Ou o sujeito sabe ou não sabe. Uma pessoa que não entende o que lê é despreparada para muita coisa, principalmente para disputar e sobreviver nesse país que não é para principiantes.

No que se refere à escola gratuita a questão é também simples. Não seria de bom tom pagar o que, na realidade, é conquista e direito. Embora tolerável, é inadmissível que ainda continuemos a nos enganar com algumas escolas públicas que se saem bem nas notas do IDEB. Infelizmente elas são minoria e a maioria das escolas públicas quando comparadas às instituições privadas ficam para trás. A verdade tem que ser dita: escola gratuita não é escola para pobre. Ela é também para os pobres. As universidades federais, que no Brasil são melhores que as universidades privadas, são gratuitas. Podem argumentar sobre os impostos que pagamos e que algumas também deixam a desejar. Todavia, vale lembrar que a universidade pública, por definição, teoria e natureza, não possui um proprietário, uma família como dona ou um conjunto de empresários sedentos de dinheiro. Ela é do Estado, esse ser abstrato, historicamente forjado com base em um contrato no intuito de fazer valer os direitos, a distribuição de oportunidades e a diminuição do medo do cidadão. Chego mesmo a pensar que educação não tem nada a ver com os mecanismos de mercado e não deve ser por acaso que as palavras não carregam nenhuma rima. Aos candidatos é preciso dizer que se faz necessário sérios investimentos em educação e que ela seja não somente gratuita, mas uma política de governo. Essa dimensão está associada ao último "toque" não tão profundo nos candidatos: toda escola deve ter por princípio, meio e fim a qualidade.

Uma escola com ensino de qualidade começa no bom pagamento de salários para os professores. Dito de forma mais simples, pois tem gente que não entende: os docentes devem, pelo trabalho que levam a efeito, por vezes mais de oito horas ao dia, receber bons salários. Não é possível um professor, especialmente os que lidam com as crianças, receberem salários paupérrimos e que fiquem a contar trocos para o xérox ou para garantir um pouco de educação para os alunos. O professor merece estar em um lugar (nem sei se já esteve) no qual o primeiro passo é o reconhecimento do seu trabalho através de bons salários. Nada de sonhos, a segurança pública tem avançado porque os policiais passaram a ganhar melhor e muitas carreiras jurídicas são procuradas justamente por isso. Logo, o início é o salário. Além disso, é importante respeitar a escola como instituição que é de fato e de direito. Escola não é hospital, não é manicômio, tampouco cadeia ou quartel. As escolas são instituições nas quais muitos de nós passaram um terço da vida. É na escola que o aluno e aluna ainda vão encontrar um lugar de liberdade, respeito e emancipação. Sei que estou "chovendo no molhado", mas a ideia é essa mesma. Se falarmos e falarmos talvez alguém escute. Como o diálogo pode ser para surdos, repito: nos dias de hoje, não existe um lugar que possa ser tão seguro, bom e tranquilo quanto uma escola. Tenho ciência da violência, da criminalidade, balas perdidas, indisciplinas, depredações e dos constantes conflitos que existem nestes locais. Mas eles podem ser solucionados tendo como ponto de partida o primado do respeito, da dignidade e da autoridade. Educação com qualidade é, neste caso, cuidado com o lugar dos professores como atores importantes do processo de aprendizagem.

Um local adequado, professores preparados e bem pagos, alunos motivados ainda precisa de mais alguma coisa: um currículo rico em valores e que não diz respeito somente ao campo frio e seco da técnica, mas também à grande arte de ser gente. Cumpre ao ambiente escolar não somente delinear os primeiros passos da criança, mas colocar na cabeça dos adolescentes, jovens e adultos caminhos alternativos e cheios de vida no sentido do que é a vida e que ela vale à pena e que não se deve desistir do ato de educar simplesmente porque o sujeito já se formou e/ou decidiu por ficar longe das escolas e das universidades. Educação e conhecimento são mundos que não tem fim. Este é o "toque" e sinta quem quiser.

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* é professor da Faculdade de Educação da UEMG. Autor do livro, Fordismo: origens e metamorfoses. Piracicaba, SP: Ed. UNIMEP, 2005 e organizador das obras, Polícia em Movimento. Belo Horizonte: Ed. ASPRA, 2006 e Mulher, política e sociedade. Belo Horizonte / Brumadinho: Ed. ASA, 2009.

VAMOS PARTICIPAR !


Por Lúcio Alves de Barros

Em tempos de eleições acontece em Belo Horizonte o 11º Congresso do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Consinpro). O evento é resultado de uma parceria do Sindicato com a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais). Ele tem por objetivo reunir professores, pesquisadores e especialistas de diversas áreas (da rede pública e privada) de todo o Brasil.

O CONSINPRO acontecerá nos dias 13 (sexta-feira - abertura) e 14 (sábado) de agosto, no hotel Dayrell, na Rua Espírito Santo (entre Goitacazes e Tupis) no centro de Belo Horizonte. O tema do encontro é de suma importância: "Construindo o sistema nacional e articulado de educação: tensões e intenções dos setores privado e público". Nele os participantes vão debater as diretrizes aprovadas na Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada entre 28 de março e 1º de abril.

O CONSINPRO pretende com o encontro levantar propostas e novas diretrizes que possam auxiliar o Plano Nacional de Educação (PNE). A proposta é ousada e urgente. Em primeiro porque o Plano Nacional de Educação é o documento que norteará os rumos da educação no país. Em segundo, porque mais do que nunca se faz necessário que os professores tenham o resgate de sua voz e, para isso, nada como a mobilização docente e discente. Vale mencionar que durante o encontro trabalhos dos alunos de Pedagogia (Faculdade de Educação - UEMG) serão apresentados.

O evento, além de debater os caminhos do sistema de educação, também vai discutir problemas emergentes como a violência na escola, qualidade de ensino na educação básica e superior, a formação dos profissionais da educação, a educação a distância dentre outros.

Participar é importante. Além de um ato pedagógico é uma esfera de ação imprescindível para se tornar humano.

Para maiores informações e inscrições confira:
Site do Sinpro: www.sinprominas.org.br
Telefone: (31) 3115-3000

domingo, 8 de agosto de 2010

A JUSTIÇA DO HOMEM PEQUENO

por JOSÉ DE SOUZA MARTINS*

A enraizada prática do suborno entre nós só vem a lume com alguma intensidade na repercussão de episódios graves, como este de agora, ocorrido no Rio de Janeiro, relativo à compra da omissão de dois policiais militares em caso de atropelamento fatal. Não fosse a vítima filho de atriz conhecida, é pouco provável que o caso tivesse a repercussão que vem tendo e menos provável que os policiais envolvidos tivessem sido presos tão prontamente, como foram.

Um dos nossos grandes equívocos, nessa matéria, é o de pensar que a corrupção é apenas um defeito pessoal de caráter e uma exceção. Na verdade, a dificuldade para varrê-la de vez do cenário brasileiro está no fato de que o suborno, a propina e a corrupção em geral são aqui componentes da estrutura da sociedade. São mecanismos e artifícios para torná-la viável para os que consideram os rigores da lei um defeito social e político. Ou que as leis são feitas para relevá-las no difundido comércio do seu descumprimento. O vocabulário que designa os atos de cotidiana corrupção, que facilitam para os inescrupulosos o transcorrer do dia a dia, já é indicativo de como a anomalia está presente na consciência social: “molhar a mão”, “adoçar o bico”, “amaciar o motor”, “dar um jeito”, “esquecer”, “olhar para o outro lado”, “dar um agrado”. Todas elas expressões do entendimento de que a honestidade e a correção, sobretudo do funcionário público, é que são anômalas e injustas porque dificultam o arbítrio e a conveniência pessoais.

É essa consciência a do divórcio entre a sociedade e o Estado, expressão da insegurança social quanto à eficácia do poder público e, sobretudo, quanto ao funcionamento e à distribuição da justiça. É a descrença geral nas instituições que acaba sugerindo a cada um que se antecipe à aplicação da justiça para se inocentar preventivamente. É esse temor que faz do próprio cidadão, como neste caso, o corruptor daquele funcionário público de exceção que é incapaz de conceber-se como cumpridor impessoal da lei.

Os parâmetros pedagógicos dessa modalidade de delinqüência estão em toda a parte. Se os do mensalão podem, e não lhes acontece nada, e seu prestígio até cresce, por que não pode agir do mesmo modo o minúsculo funcionário, policial ou não? Se a lei da Ficha Limpa é diariamente flexibilizada em favor de poderosos de ficha suja, por que não pode o meganha da esquina agir como tribunal de Justiça, recebendo agrados para pré-interpretar a lei e fazê-la mais leve para os que se consideram mais iguais do que os mortais comuns? Se o próprio eleitorado reelege e consagra corruptos e cassados da grande corrupção, que mérito podem ter a honestidade e a correção do homem pequeno que em nome do Estado é o elo entre o poder e o cidadão da rua?

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JOSÉ DE SOUZA MARTINS é Professor Emérito da Universidade de São Paulo. Dentre outros livros, autor de A Sociabilidade do Homem Simples (Contexto, 2008), Sociologia da Fotografia e da Imagem (Contexto, 2008), A Aparição do Demônio na Fábrica (Editora 34, 2008), O Cativeiro da Terra (Contexto, 2010). Publicado em O Estado de S. Paulo [Caderno Aliás, A Semana Revista], domingo, 1º de agosto de 2010, p. J3.

sábado, 7 de agosto de 2010

PESQUISA: Gangues, Gênero e Juventudes...

O livro Gangues, Gênero e Juventudes: donas de rocha e sujeitos cabulosos, lançado em junho, pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (RITLA), em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e a Secretaria de Direitos Humanos, traz uma nova faceta sobre a atuação das mulheres dentro das gangues juvenis.

"Este estudo, inédito no Brasil e na América Latina, revela o perfil dos personagens atuantes no mundo das gangues e as mudanças que esses grupos sofreram na ultima década, desmistificando conceitos pré-estabelecidos pela sociedade."
...

Leia mais e...
Faça o download do livro pelo site oficial da coord. Miriam Abramovay - http://www.miriamabramovay.com/site/

POLÍTICOS E EDUCAÇÃO !


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

1. ENQUETE [Arquivo]

Você se sente seguro no ambiente escolar?

  • Sim 12% (5 votos);
  • Não 87% (36 votos);

Total de votos = 41.

Data e hora do fechamento da enquete: 25 jun. 2010, 01:33hrs.

"TOME NOTA"...

PREFEITURA DO RIO: ESTAGIÁRIOS VÃO GANHAR MAIS ATÉ QUE PROFESSORES!

O DIA, 6 ago. 2010

Universitários recém-formados serão selecionados para dar aulas de reforço escolar em unidades de ensino municipais em favelas. O programa Ensina! é uma versão brasileira de projeto implantado nos EUA e em mais 12 países, o ‘Teach for America’. Os escolhidos serão treinados e vão ganhar, por mês, cerca de R$ 2.500.

Fonte: http://www.cesarmaia.com.br/

NOTÍCIAS...

Van escolar perde os freios e tomba com seis crianças

Por TEREZA RODRIGUES, 06 ago. 2010

A utilização do cinto de segurança e uma árvore que serviu como obstáculo. Não fosse por esses dois fatores, uma tragédia poderia ter acontecido ontem no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte. Uma van escolar que transportava seis crianças tombou na rua Paula Cândida, mas, surpreendentemente, ninguém se feriu. Todos os ocupantes usavam cintos de segurança e o veículo ficou apoiado na árvore, que impediu que ele descesse ladeira abaixo.

A motorista Ana Paula Silva, de 28 anos, havia acabado de deixar em casa um aluno. Estavam ainda na van outros seis estudantes de 6 a 12 anos. Muito nervosa, uma menina chegou a ser encaminhada a um Pronto-Atendimento, mas foi liberada.Segundo a Polícia Militar, o veículo apresentava documentos regularizados. "Os freios falharam e eu joguei o carro na árvore. Foi uma fatalidade", disse Ana Paula.

Fonte: http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/

POLÍTICA, EDUCAÇÃO E ALGO MAIS...

Cláudio - Jornal "Agora São Paulo"

EDUCAÇÃO E POLÍTICA

Serra diz que Educação é preocupação para o futuro; já Dilma promete valorizar os educadores

No debate entre quatro dos oito candidatos à presidência - Dilma, Serra, Plínio e Marina - realizado agora no final da noite do dia 05 na Band, pudemos conhecer um pouco o que pretendem os candidatos à presidência da República do Brasil.

Os candidatos responderam inicialmente à pergunta da emissora de TV sobre qual seria a prioridade entre a Educação, a Saúde e a Segurança e quais as medidas concretas para esta escolha. O candidato José Serra disse taxativamente que a Saúde e a Segurança são preocupações imediatas, enquanto que a Educação é coisa para o futuro. Ou seja, se depender dele os educadores podem esperar mais meio século para verem atendidas as reivindicações de uma carreira decente. Se depender do meu voto, nem no futuro ele tem chance.

Já a candidata Dilma Roussef disse claramente que a Educação será tratada com prioridade e que quando se fala em educação de qualidade a primeira coisa a ser verificada é a valorização dos profissionais da Educação, com salário digno e com possibilidade de crescimento profissional.

A candidata Marina Silva defende o aumento dos investimentos na Educação para 7% do PIB, mas nada falou sobre a valorização dos profissionais. O candidato Plínio Arruda Sampaio fez um discurso mais ideológico, destacando a profunda desigualdade existente como causa de todas as demais realidades, incluindo os problemas da Educação. Defendeu portanto uma melhor distribuiçãode renda para os mais pobres.

Uma análise do debate

O debate revelou alguns aspectos que devem nortear a campanha. O candidato Serra, por exemplo, fixou-se em alguns pontos fracos do governo atual, como na questão da Saúde pública e das estradas federais, tentando com isso criar um clima de melodrama ao estilo da antiga UDN que, através de um discurso falso-moralista, criava tragédias diárias em cima de pequenos fatos distorcidos ou descolados do todo.

A candidata Dilma estava um pouco nervosa, talvez com a preocupação de não subir o tom neste momento. Mas, acabou por não enfatizar mais duramente o passado do governo FHC e do seu candidato Serra, que doou patrimônio público para as empresas privadas, perseguiu o movimento social, arrochou salários, destruiu setores da máquina pública, desenvolveu política externa de alinhamento com o imperialismo norteamericano e europeu, e manteve políticas neoliberais de recessão com achatamento salarial. Enfim, governou exclusivamente para os ricos. Claro que o governo de Lula não representou uma total ruptura com as políticas neoliberais de FHC e comparsas, mas pelo menos desenvolveu algumas políticas sociais, como o Bolsa-Família, o Luz para todos, entre outros, que poderiam ser destacados com mais ênfase pela candidata Dilma. Além disso, Dilma precisa mostrar mais entusiasmo na defesa de um futuro governo Dilma, com propostas concretas para os problemas colocados, sem ficar na defensiva para os ataques do tucano.

Já a candidata Marina tem um discurso muito articulado, mas revela uma característica de querer agradar a gregos e troianos, procurando se parecer com um anjo, acima do bem e do mal. Deveria dizer que foi ministra de Lula até há pouco tempo e que não apresentou nenhuma crítica profunda quando lá estava. Agora procura elogiar aos governos Lula e FHC e a fazer críticas bem acadêmicas, sem apresentar propostas de fundo para os problemas levantados.

O candidato Plínio Arruda Sampaio, do PSOL, talvez tenha sido aquele que mais se diferenciou dos demais. Pelo menos foi o único que apresentou uma proposta de mudança radical de paradigmas. Defendeu a distribuição de renda, tirando de quem tem muito e passando para quem nada tem, através do aumento de salário, redução da jornada de trabalho e distribuição de terra para os sem-terra. Se houvesse um forte movimento social de esquerda no Brasil, autônomo, este seria o programa mais próximo a ser desenvolvido. Embora, do ponto de vista teórico, pareça um tanto inviável nos marcos do capitalismo. Logo, para ser coerente, deveria convocar a população para uma ruptura radical com o capitalismo - com o Estado e o mercado - e não distribuir melhor a renda, coisa que, ainda que de forma muito tímida, já se pratica no atual governo. Mas, a realidade das candidaturas à presidência está limitada aos acordos com vários setores da sociedade, incluindo os setores dominantes. Por isso, os candidatos com maior densidade eleitoral não assumem compromissos radicais, que atinjam estes setores dominantes.

Na prática, investir mais no social - Educação, Saúde e Saneamento - representa sim tirar dinheiro que vai para banqueiros, empreiteiros e outros grupos privilegiados, mesmo que não ocorra uma ruptura com o sistema. Daí porque o candidato Serra nem sonha em garantir uma Educação de qualidade (que está associada à valorização dos profissionais). Já a candidata Dilma pelo menos assume este compromisso, inclusive especificando que é preciso pagar melhor aos professores e oferecer cursos de formação continuada.

Marina Silva fala em 7% do PIB para a Educação, o que eu acho pouco, ainda, e uma maneira equivocada de abordar o problema. É preciso pagar bem aos educadores, entre outras coisas, não importa se isso representa 5, 7, 10 ou 15% do PIB. Já o candidato Plínio não tocou especificamente neste assunto: uma melhor distribuição de renda resolveria o problema de todos, inclusive dos educadores. O que teoricamente não deixa de ser verdadeiro. O problema é que entre a teoria e a prática há um oceano a ser vencido.

Mas, registramos aqui a ausência de alguns candidatos, que não se sabe porque, foram discriminados, entre os quais o candidato do PSTU José Maria, que seguramente poderia enriquecer o debate com a sua experiência ligada aos movimentos sociais. Esta é a democracia em que vivemos, onde no papel todos são iguais perante a lei. Só no papel. Na prática não somos mesmo iguais nem perante a lei, nem perante a nós mesmos. O problema é que alguns são desiguais demais perante os demais.

Aguardemos agora os novos debates e o desenrolar de um jogo cujas cartas estão mais ou menos colocadas e marcadas. Só um movimento social forte e autônomo poderia embaralhar tudo e dar outras cartas. Enquanto isso não acontece, vamos torcer para que Serra não seja eleito, nem agora, nem no tempo da importância que ele dá à Educação: no futuro. Nós somos presente e futuro; ele, FHC, o Faraó e demais demotucanos são o passado de um pesado carma sobre todos nós.

Fonte: BLOG do Euler -
http://blogdoeulerconrado.blogspot.com/

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

APRENDENDO A SER HUMANO NA ESCOLA

Por Lúcio Alves de Barros*

Uma criança, de aproximadamente 10 anos, amiga do garoto Wesley Guilber de Andrade, 11 anos, o qual foi vítima de uma bala perdida que encontrou o seu corpo, afirmou para uma repórter da CBN a maravilhosa lição que aprendeu após o acontecimento como seu amigo. Perguntada o que faria em caso de tiroteio próximo à escola ela disse: “eu devo deitar”. Mas por quê? "Para não perder a vida". Bela lição aprendida em meio à fatalidade, o desconforto e o mal-estar após o enterro do seu amigo. O aprendizado da jovem estudante veio acompanhado da determinação da diretora de fechar as salas que estão voltadas para o aglomerado urbano. Tempos difíceis estes nos quais as escolas parecem trincheiras com pequenos infantes lotados em infantarias desarmadas esperando o combate de uma “guerra” travada entre o Estado e os meliantes associados ao tráfico de drogas.

Perde a infância. Perdem os professores. Perde a cidadania, o direito de ir e vir e da segurança garantida por impostos. Também perdem os policiais, por conseqüência os meliantes e a comunidade, pois não acredito que as partes tenham se beneficiado da morte de um garoto de 11 anos. No campo da criminalidade violenta dificilmente teremos ganhadores. Por natureza, trata-se de uma violência que não se tem controle, medidas, tampouco a possibilidade de previsão. Ela acontece e pronto. E qual o problema de ser na parte da manhã, próximo a uma escola? Para os participantes, nenhuma. Para os que não participaram da famigerada operação, qual o problema morrer uma criança baleada nas costas, uma escola alvejada por projéteis de fuzis 762 e professores e alunos cheios de medo?

Na esfera do tudo ou nada é lamentável o aprendizado da criança que deveria estar em uma instituição de formação, informação, liberdade, segurança, respeito e desenvolvimento de sua alteridade. Infelizmente, na escola ela está encontrando e aprendendo como se comportar em um ambiente de combate, medo, violência sem grandes explicações e na presença do Estado duro e seco que aparece depois com vozes de desculpas e falsa compaixão. Chegará o momento em que vamos perguntar ao estudante o que ele aprendeu de fato em tempos de paz. E ele responderá: “aprendi que é necessário ser humano. Melhorar a cada dia, ser gente, respeitar o outro e que todos somos iguais perante a lei. Não importa se sou negro, pobre ou jovem, mas simplesmente serei respeitado por ser humano: pequeno em estatura, jovem na idade, mas cheio de criatividade, vontade de aprender, brincar, descobrir, contar novidades para meus amigos e amar os meus pais”.


* é professor da Faculdade de Educação da UEMG. Autor do livro, Fordismo: origens e metamorfoses. Piracicaba, SP: Ed. UNIMEP, 2005 e organizador das obras, Polícia em Movimento. Belo Horizonte: Ed. ASPRA, 2006 e Mulher, política e sociedade. Belo Horizonte / Brumadinho: Ed. ASA, 2009.

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Prefeitura decide desativar Ciep assaltado oito vezes em três meses

6ª Coordenadoria Regional de Educação informa que prédio e o entorno da escola receberão obras para minimizar eventos recentes de violência

Por RICARDO ALBUQUERQUE - Jornal O DIA, 04 ago. 2010

Rio - A 6ª Coordenação Regional de Educação (6ª CRE) decidiu, nesta quarta-feira, desativar o Ciep Antonio Candeia Filho, em Irajá, Zona Norte, para que obras sejam realizadas no prédio e no entorno para assim tentar reduzir os recentes eventos de violência. A decisão foi tomada em reunião realizada durante um café da manhã comunitário no Conselho de Segurança do 9º Batalhão (Rocha Miranda).

"As crianças não têm condições de entrar na escola neste estado. Hoje (o Ciep) já está fechado. Os pais serão contatados para saber onde levar as crianças", disse Claudia Costin, secretária municipal de Educação, que participou da cerimônia de entrega do prêmio anual de desempenho das escolas municipais ao lado do prefeito Eduardo Paes.

O mais recente ato de violência no Ciep Antonio Candeia Filho aconteceu na terça-feira. Durante a madrugada, a escola foi assaltada pela oitava vez nos últimos três meses - a segunda em 24 horas. Desta vez, os ladrões levaram apenas a merenda dos alunos, o que adiou o retorno das crianças às salas de aula mais uma vez. Na segunda-feira, quando se preparavam para o retorno, alunos e professores se depararam com a escola arrombada e roubada pela sétima vez. A denúncia foi feita pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio (Sepe-RJ).

De acordo com Deolinda Monteiro, coordenadora da 6ª CRE, as obras já estavam previstas pelo município. "A escola já estava na lista de obras da Prefeitura e as reformas serão de urgência. As crianças serão remanejadas para outras escolas da região", disse Deolinda. A Prefeitura informou que as obras no Ciep terão a duração de seis a oito meses. O início do trabalho está marcado para agosto e, após as obras, a Prefeitura estuda a possibilidade de instalação de alarmes. O dispositivo teria conexão direta com o 9º Batalhão (Rocha Miranda).

"A ideia é boa, mas é preciso que a escola mantenha um representante no local para que a Polícia Militar possa entrar em caso de atendimento de chamada em decorrência de um crime. A PM trabalha na rua, não pode entrar em qualquer local sem autorização", disse Luiz Carlos Leal, comandante do 9º Batalhão BPM.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/

terça-feira, 3 de agosto de 2010

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Morte do menino Wesley:
Ciep Rubens Gomes adota medidas para evitar novas vítimas fatais


Jornal - O Dia / 03 ago. 2010

Rio - O Ciep Rubens Gomes, escola onde morreu o menino Wesley Guilber de Andrade, de 11 anos, anunciou nesta terça-feira que os alunos não estudarão nas salas viradas para as comunidades do Chapadão, Pedreira e Quitanda, localizadas no entorno da escola municipal. A medida visa evitar que mais crianças sejam atingidas por tiros disparados durante operações policiais contra traficantes da região.

A decisão foi tomada pela direção da escola e anunciada na manhã desta terça-feira, em solenidade que marcou a volta às aulas. O Ciep Rubens Gomes tem um total de 1,2 mil alunos. A mãe de Wesley, Islane Rodrigues, participou do evento e falou da tristeza de não ver o filho na escola."É muito triste voltar aqui (Ciep) e ver que meu filho não está. Espero que as autoridades tomem alguma providência para evitar que outras pessoas fiquem feridas ou sejam mortas", disse Islane.

A Secretaria municipal de Educação planeja construir um muro em volta da escola para evitar novos incidentes como o da morte do menino. O menino Wesley Gilbert estudava no Ciep Rubens Gomes no momento em que policiais militares do 9º Batalhão (Rocha Miranda) trocavam tiros com bandidos que, de acordo com testemunhas, seriam do Morro da Pedreira. Ele ainda chegou a ser socorrido por duas professoras e levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu aos ferimentos. Antes, chegou a receber os primeiros cuidados numa ambulância que o socorreu na Estrada do Camboatá, em Cascadura.

Após a ação desastrosa, o coronel Fernando Príncipe, comandante do 9º Batalhão (Rocha Miranda), foi exonerado do cargo. Mesmo com a morte do menino, o policial militar defendeu que as operações na região sejam mantidas. “O Ciep é irrelevante. Se não houver Ciep, haverá uma casa, uma fábrica. Mas o pior é não realizar operações”.

Emoção no sepultamento

Wesley foi enterrado na manhã do dia 17 de julho no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. No sepultamento, acompanhado por 70 pessoas, amigos da vítima e professores lembraram os momentos de horror. A professora do menino, Mariza Helena, foi a primeira a prestar socorro: “Quando ouvimos os primeiros tiros saímos da sala e nos posicionamos no corredor. Ali era um lugar que considerávamos mais seguro. Mas o tiroteio parou e voltamos para a sala de aula. De repente, ouvimos novos disparos. As crianças começaram a correr para fora, mas uma bala entrou na sala”.

Mariza contou que depois de ser atingido, Wesley ainda correu até o corredor. “Ele caiu no chão do corredor e começou a sangrar. Os coleguinhas gritavam pedindo que não deixasse ele morrer. Tenho 40 anos de magistério, 17 só nesta escola. Mas, depois disso, não sei se conseguirei voltar para a sala de aula”, desabafou.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/