quinta-feira, 27 de maio de 2010

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Professores denunciam violência

Juiz de Fora (MG), 27 de maio de 2010, quinta-feira - TRIBUNA DE MINAS

MANIFESTAÇÃO NA AVENIDA JK
Protesto contra a violência na escola

Em média, sete casos de violência no ambiente escolar são notificados a cada mês pela Polícia Militar (PM) em Juiz de Fora. Estatística da PM, realizada a pedido da Tribuna, aponta que, nos quatro primeiros meses de 2010, foram realizados 29 registros de agressões e atritos verbais no interior de estabelecimentos de ensino, envolvendo alunos e professores. Mas, levando em conta que muitos casos são resolvidos no interior das salas de diretoria e nos gabinetes das secretarias de ensino, o número pode ser ainda maior. Temendo que a violência nas escolas aumente, professores e funcionários da Escola Municipal Álvaro Lins, no Bairro São Judas Tadeu, Zona Norte, realizaram uma manifestação pela paz nas escolas ontem. No último dia 22, a vice-diretora da instituição, Cecília Aparecida da Silva Calixto, 46 anos, foi espancada com um pedaço de pau por uma mulher, 22, mãe de uma estudante de 9 anos. A agressão, que teve participação de um pedreiro, também 22, aconteceu dentro do colégio, exatamente quando se comemorava o Dia da família na escola, ação que tentava aproximar instituição e comunidade.

Com um carro de som, cerca de 40 pessoas, entre docentes da escola e integrantes do Sindicato dos Professores (Sinpro), saíram em passeata pela Avenida Doutor Simeão de Faria, no Bairro Santa Cruz, na mesma região, até a Avenida Juscelino Kubitschek, onde realizaram uma panfletagem, pedindo o fim da violência e maior abertura para o diálogo nas escolas. Hoje e amanhã, os alunos deverão ser envolvidos em atividades pedagógicas que procuram trabalhar a necessidade do respeito mútuo no ambiente de ensino. Serão realizadas palestras, atividades educativas e de reflexão a respeito do tema, além de cultos ecumênicos, nos turnos da manhã e da tarde. Durante o protesto, eles voltaram a lamentar as agressões sofridas pela vice-diretora. Segundo informação da Secretaria de Educação, o colegiado da escola onde aconteceu a agressão pediu a transferência da estudante. A mãe da menina, que é ex-aluna do mesmo colégio, foi chamada à Secretaria de Educação para ser comunicada da decisão. “Os dois agressores são nossos ex-alunos. Isso significa que eles passaram pelas nossas mãos, e nós não conseguimos atingi-los. Dá até uma certa sensação de fracasso”, lamenta a diretora do colégio, Sônia Maria Pereira Barbosa.

Abalada emocionalmente, a vice-diretora agredida segue afastada, em princípio, por 15 dias, mas ainda aguardando avaliação sobre o caso. Conforme a titular da Secretaria de Educação, Eleuza Barboza, informou à Tribuna, na segunda-feira, a agressão aconteceu devido a um mal entendido. A estudante estava com a blusa do uniforme, e a educadora teria informado que não havia necessidade de usar a peça, já que o dia era festivo. A mãe teria sido informada que a filha havia sido chamada de “mendiga”, o que é negado pela secretaria. Outro caso grave de violência no ambiente escolar foi registrado no dia 29 de abril, quando Francisca Duque Alves, 51, diretora da Escola Municipal Cosette de Alencar, no Santa Catarina, teve o nariz fraturado e sofreu diversas escoriações, após ser agredida a socos e pontapés pela mãe e irmã de uma estudante da oitava série. Neste caso, o colegiado optou pela transferência para a rede estadual da aluna cuja família agrediu a diretora.

Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/

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